PARA ALÉM DO GUGGENHEIM, RUMO À ISLA CREATIVA
Processos de transformações urbanas em Bilbao
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2024v9n3ID36322Keywords:
Bilbao; Zorrotzaurre; cidade criativa; empresariamento urbano; dinâmicas urbanasAbstract
Este artigo discute como o conceito de cidade criativa vem sendo incorporado ao planejamento urbano de Bilbao, na Espanha, ao longo dos últimos vinte anos, enfocando sua trajetória histórica, intervenções no espaço urbano e os conflitos sociais emergentes desse processo. Entende-se que as cidades criativas são aquelas que consideram o uso da criatividade urbana como um elemento fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável e, por isso, nos planos de desenvolvimento local, irão buscar fortalecer os setores ligados à economia criativa, além de atuarem de forma cooperativa em rede internacional Unesco, 2004; 2021). Para isso, foram considerados os estudos publicados pela associação Bilbao Metropoli-30, pela sociedade Bilbao Ria 2000 e relacionados ao Projeto Zorrotzaurre, focando nos discursos relacionados ao incremento da economia criativa e/ou que evidenciam o uso da arte, cultura e criatividade para o desenvolvimento urbano, social e econômico. Como resultados encontrados, verifica-se que, o uso da cultura no Plan Estratégico para la Revitalización del Bilbao Metropolitano (1992), foi intensificado e ampliado no Projeto Zorrotzaurre (2012) alinhado-o à ideia de cidade criativa. Desse modo, aponta-se que Bilbao caminha para um novo momento de regeneração urbana, marcado, por um lado, pelo fortalecimento das indústrias criativas e pela apropriação de valores locais intangíveis pelo mercado; e, por outro, pela possibilidade de disputa e construção do conceito de cidade criativa com a contribuição dos movimentos urbanos independentes, quer seja pela adoção de novas formas de governança urbana, quer sela pela serendipidade e imprevisibilidade urbanas.
Downloads
References
ARANTES, O. Uma estratégia fatal: a cultura nas novas gestões urbanas. Em: A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 11–74.
BARRETO, L. M. Quando o prédio vira torre, o coméricio virou mall, a cidade virou criativa. Revista Ecopolítica, São Paulo, n. 20, jan-abr, pp. 02-36., 2018. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ecopolitica/article/view/38924. Acesso em 27 mai. 2024.
BIKKAIA, B. La UNESCO integra a Bilbao en su Red de Ciudades Creativas. 2014. Disponível em: https://info.beaz.bizkaia.eus/2014/12/unesco-designa-a-bilbao-ciudad-del-diseno/. Acesso em 10 ago. 2023.
BILBAO Ekintza. Conócemos. Disponível em https://www.bilbaoekintza.eus/conocenos. Acesso em 25 jul. 2023.
BILBAO Lan Ekintza. Estudio sobre el potencial de las industrias creativas en Bilbao. Bilbao Lan Ekintza, 2009.
BILBAO Metropoli-30. Plan estratégico para la revitalizacion del Bilbao Metropolitano. Bilbao Metropoli-30, 1992.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao 2010 - Reflexión estratégica. Bring your dreams to Bilbao. Bilbao Metropoli-30, 1999.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao 2010 - La estrategia. Bilbao: Bilbao Metropoli-30, 2001.
BILBAO Metropoli-30. Ahora las personas. Bilbao: Bilbao Metropoli-30, 2005.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao Metropolitano 2030. Bilbao: Bilbao Metropoli-30, 2011.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao Metropolitano 2035: reflexión estratégica. Bilbao: Bilbao Metropoli-30, 2016.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao/Bizkaia - A place of ambition. Bilbao: Bilbao Metropoli-30/ Bizkaia Diputación Foral , 2018.
BILBAO Metropoli-30. Bilbao Metropolitano 2035: reflexión estratégica y analisis de escenarios. Bilbao Metropoli-30, 2019.
BILBAO Metropoli-30. Fines y objetivos. Bilbao Metropoli-30, 2023.
BILBAO Ría 2000. ¿Qué es BILBAO Ría 2000? Disponível em: https://www.bilbaoria2000.org/bilbao-ria-2000/que-es-bilbao-ria-2000/2023. Acesso em 10 ago. 2023.
BONATES, M. F. F. "El Guggenheim y mucho más" urbanismo monumental y arquitectura de grife en Bilbao. PosFAUUSP, [S. l.], n. 26, p. 62-90, 2009. DOI: 10.11606/issn.2317-2762.v0i26p62-90. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43640. Acesso em: 26 ago. 2023.
CARRASCAL, M.; SENDRA, P.; ALANÍS, A.; GONZÁLEZ MARTÍNEZ, P.; GUAJARDO-FAJARDO, A.; GARCÍA VÁZQUEZ, C. “Laboratorio Q”, Seville: creative production of collective spaces before and after austerity. Journal of Urbanism: International Research on Placemaking and Urban Sustainability, 12:1, 60-82. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17549175.2018.1515786. Acesso em 15 jan. 2024.
CITIES of Design Network. Bilbao – Unesco City of Design. 2014. Disponível em: https://www.designcities.net/city/bilbao/. 15 jun. 2023.
COUTO, B. G. Cidades criativas e a agenda internacional das políticas turístico-culturais de renovação urbana. Cadernos Metrópole, v. 25, n. 57, p. 397–418, jun. 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cm/a/ Tst8SRMfHb5Kg7648h5Q5KR/. Acesso em 08 jun. 2023.
COTTINO. A cidade imprevista: el disentimiento em el uso del espacio urbano. Barcelons: Edicions Bellaterra, 2005.
DUXBURY, N.; FORTUNA, C.; JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA, J. A.; PEIXOTO, P. Em torno da cidade criativa. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 99, p. 05–08, 1 dez. 2012. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/5089. Acesso em 08 jun. 2023.
GARRIDO DÍEZ, A. Al participar se hace ciudad en el entretanto. Urbanismo emergente en Bilbao. Cuadernos de Vivienda y Urbanismo, [S. l.], v. 11, n. 22, 2018. Disponível em: https://revistas.javeriana.edu.co/index.php/cvyu/article/view/22110. Acesso em: 20 ago. 2023.
GRODACH, C. Urban cultural policy and creative city making. Cities, v. 68, p. 82–91, 1 ago. 2017. Disponível em: https://research.monash.edu/en/publications/urban-cultural-policy-and-creative-city-making. Acesso em 08 jun. 2023.
FERNANDES, A. Cidades e cultura: rompimento e promessa. Em: JEUDY, H. P. J.; JACQUES, P. B. (Eds.). Corpos e cenários urbanos: territórios urbanos e políticas culturais. Salvador: EDUFBA, 2006.
HARVEY, D. Do gerenciamento ao empresariamento. Espaço e Debates, v. 39, p. 48–64, 1996.
HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
HOWKINS, J. The creative economy: how people make money from ideas. London: Allen Lane, 2001.
LANDRY, C.; BIANCHINI, F. The creative city. London: Demos, 1995.
LANDRY, Charles. Índice de creatividad en Bilbao & Bizkaia. Bilbao: Bilbao Ekintza/BilbaoMetropoli-30, 2010. Disponível em: https://www.bm30.eus/comunicaciones/indice-creatividad-bilbao-bizkaia/. Acesso em 25 jul. 2023.
MARTÍN MORATO, M.; GOMEZ DE LA IGLESIA, R. Projetos e Processos emblemáticos: o caso de Bilbao. In: REIS, A. C. F. Cidades criativas, soluções inventivas: o papel da copa, das olimpíadas e dos museus internacionais. São Paulo: Garimpo de Soluções; Recife: FUNDARPE, 2010.
MATOVIC, M.; DEL VALLE, R. S. S. On the creative city concept. Journal of Cultural Management and Cultural Policy, 2020/1. Disponível em: https://jcmcp.org/wp-content/uploads/2021/05/JCMCP-2020-1_On-the-creative-city-concept.pdf. Acesso em 17 jan. 2024.
MILES, M. Uma cidade pós criativa? Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 99, p. 09–30, 1 dez. 2012. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/5091. Acesso em: 08 jun. 2023.
MINISTÉRIO DA CULTURA (MINC). Plano da Secretaria de Economia Criativa. Brasília: MINC, 2012.
MINISTERIO de Asuntos Exteriores, Unión Europea y Cooperación, 2023. Ciudades creativas. Disponível em: https://www.exteriores.gob.es/RepresentacionesPermanentes/unesco/es/ UNESCO%20en%20Espana/Paginas/Inscripciones%20UNESCO/Ciudades-creativas.aspx
OTAOLA, P. Zorrotzaurre, la segunda fase de la transofrmación de Bilbao. Portus online. 17 jan.2018. Disponível em: https://portusonline.org/zorrotzaurre-la-segunda-fase-de-la-transformacion-de-bilbao/. Acesso em 10 ago. 2023.
PECK, J. Struggling with the Creative Class. International Journal of Urban and Regional Research, v. 29, p. 740–770, 2005. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1468-2427.2005.00620.x. Acesso em: 13 jun. 2023.
PORTAL Oficial de Turismo da Espanha. Biscaia (província). Disponível em: https://www.spain.info/pt_BR/regiao/viscaia-biscaia-provincia/. Acesso em 16 ago. 2023.
PRATT, A. C. New horizons for culture, creativity and cities. City, Culture and Society, v. 8, p. 1–2, 1 mar. 2017. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/ S1877916617300048. Acesso em: 08 jun. 2023.
REIS, A. C. F. Cidades criativas: análise de um conceito em formação e da pertinência de sua aplicação à cidade de São Paulo. Tese—São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-08042013-091615/pt-br.php. Acesso em: 23 nov. 2022.
SEGOVIA, C.; HERVÉ, J. The creative city approach: origins, construction and prospects in a scenario of transition. City, Territory and Architecture, n. 9, artigo número 29, 2022. Disponível em: https://cityterritoryarchitecture.springeropen.com/articles/10.1186/s40410-022-00178-x. Acesso em 15 jun. 2023.
SCOTT, A. J. Beyond the Creative City: Cognitive–Cultural Capitalism and the New Urbanism. Regional Studies, v. 48, n. 4, p. 565–578, 2006. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263749052_ Beyond_the_Creative_City_Cognitive-Cultural_Capitalism_and_the_New_Urbanism. Acesso em: 15 jun. 2023.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT (UNCTAD). Relatório de economia criativa 2010: economia criativa uma opção de desenvolvimento. Brasília: Secretaria da Economia Criativa/Minc; São Paulo: Itaú Cultural, 2012. Disponível em: https://unctad.org/system/files/official-document/ditctab20103_pt.pdf. Acesso em 08 out.2022.
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). Mission Statement. In: Creative Cities Network. Unesco, 2004. Disponível em: https://www.unesco.org/sites/default/files/medias/fichiers/2023/03/UCCN%20Mission%20Statement_rev2023.pdf. Acesso em 19 nov. 2021.
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). Bilbao. In: Creative Cities Network. Unesco, 2014. Disponível em: https://en.unesco.org/creative-cities/bilbao. Acesso em 21 ago. 2023.
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO) /Mundial Bank. Cities, culture e creativity: Leveraging culture and creativity for sustainable urban development and inclusive growth. Paris: Unesco, 2021. Disponível em: https://creativeconomy.britishcouncil.org/media/resources/Cities-Culture-Creativity-Leveraging-Culture-and-Creativity.pdf. Acesso em 19 nov. 2021.
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). About us. In: Creative Cities Network. Unesco, 2023. Disponível em: https://en.unesco.org/creative-cities/content/about-us . Acesso em 21 ago. 2023.
VICARIO MARTÍNEZ, L.; RODRÍGUEZ ALVAREZ, A. Innovación, Competitividad y Regeneración Urbanalos espacios retóricos de la "ciudad creativa" en el nuevo Bilbao. Ekonomiaz: Revista Vasca de Economía.Nº. 58, 2005, págs. 262-295. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2008997. Acesso em 25 jul. 2023.
VIVANT, E. O que é uma cidade criativa? São Paulo: SENAC SP, 2012.
ZORROTZAURRE ART IN PROGRESS (ZAWP). ¿Que és Zawp? Disponível em: https://www.zawp.org/. Acesso em 20 ago. 2023.
ZHUJIMUNDO. Bilbau, Espanha — estatísticas. Disponível em https://pt.zhujiworld.com/es/1717257-bilbao/. Acesso em 20 ago. 2023.
ZORROTZAURRE, Isla Creativa. Comisión Gestora Zorrotzaurre. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qi2Qy9LI18M&t=98s. Acesso em 10 ago. 2023.
ZORROTZAURRE. Zorrotzaurre: una Isla para vivir, trabajar y disfrutar. Disponível em: https://www.zorrotzaurre.com/. Acesso em 10 ago. 2023.
ZUBERO, I. “Primero tomaremos Manhattan”: regeneración urbana, insurgencias ciudadanas y emergencias culturales en Zorrotzaurre (Bilbao). Urban, nº, 03, p. 65-80. Disponível em: http://polired.upm.es/index.php/urban/article/view/1808. Acesso em 23 ago. 2023.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Andrea Virgínia Freire Costa, José Clewton do Nascimento
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual segundo a qual é permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir, separadamente, contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.