SOLITÁRIOS NA MULTIDÃO: O SENTIMENTO DE MODERNIDADE NA OBRA DE POE E VALÉRY
Resumo
Constitui-se de um diálogo entre os contos de Edgar Allan Poe, intitulado O Homem das Multidões e o de Paul Valéry, intitulado Senhor teste e os apontamentos acadêmicos de Marshall Berman, Walter Benjamim e Edgar Morin a fim de elucidar o sentimento de modernidade expressos por estes autores. Partindo da premissa de que as obras de arte dialogam com teorias acadêmicas e auxiliam sobremaneira na sua compreensão, foi que este estudo teve como motivação inicial compreender o cenário intelectual da modernidade européia, baseado no princípio de que toda transformação do mundo ao redor conduz à autotransformação dos sujeitos e na concepção de Walter Benjamim, para o qual a modernidade se traduz em sentimentos de possibilidades infinitas, desafios e novidades, os quais ambiguamente convivem com o terror da desintegração e da desorientação. Em ambos os contos não há interação social do narrador com a multidão, as pessoas não têm voz, nem nomes, são apenas funcionários e parte do fluxo da cidade. Contudo, enquanto o conto de Poe apresenta uma alternativa que expõe a própria fronteira da racionalidade (visto que a singularidade é algo perscrutável, porém incapturável), o de Paul Valéry travou uma batalha com as próprias ferramentas da razão para não ser dragado pelo fluxo da multidão. Ambas as alternativas literárias surgem como opções acadêmicas na explicação de como se constitui o sentimento de modernidade.
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