Retorno dos bancos públicos federais versus custo de oportunidade dos recursos investidos pelo Tesouro Nacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2020v12n2ID19372

Palavras-chave:

Bancos Públicos; Bancos Federais; Custo da dívida; Tesouro Nacional; Retorno dos Bancos.

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar se os retornos auferidos pelos bancos públicos federais remuneram o Tesouro Nacional em proporção suficiente ou não para cobrir o custo de oportunidade do capital investido pelo governo Federal, definida como a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Metodologia: Para isso, foram utilizadas quatro diferentes métricas de retorno econômico do capital investido pelo Tesouro, tendo por base as demonstrações do Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF), Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco da Amazônia (BASA), de 2002 a 2018.

Resultados: Os testes empíricos paramétricos e não paramétricos revelaram que os bancos públicos federais, no conjunto, oferecem retornos econômicos superiores aos custos de captação de recursos do Tesouro Nacional. Por outro lado, quando observados individualmente: BB e CEF, que possuem atuação de varejo, oferecem resultados consistentemente superiores à Selic; BNDES e BNB, apesar de retorno nominais superiores, não registram diferença estatisticamente relevantes; e BASA registra retornos inferiores ao custo de oportunidade.

Contribuições do Estudo: Os resultados deste estudo contribuem para a melhor compreensão das relações entre o Tesouro Nacional e as instituições financeiras públicas, com a ressalva de restringir-se aos aspectos econômico-financeiros dessa relação, não contemplando inferências ou exames de dimensões como eficiência ou prioridades na aplicação de recursos públicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristiano Rocha Campos , Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB).

Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB)

José Alves Dantas, Doutor em Ciências Contábeis. Professor da Universidade de Brasília – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PPGCont/UnB).

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e servidor do Banco Central do Brasil, é graduado em Ciências Contábeis e em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com mestrado e doutorado em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB). Foi professor da Universidade Paulista (UNIP), do Centro Universitário Unieuro e do Centro Universitário Brasília (Uniceub), além de ter atuado em cursos de especialização na Universidade de Brasília, na Fucape Business School, na Fundação Getúlio Vargas, na Universidade Estadual de Goiás, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na Universidade Católica de Brasília. Foi editor da Revista Unieuro de Contabilidade entre julho/2008 e junho/2009. Tem artigos publicados nos seguintes periódicos: Revista Contabilidade e Finanças (USP), Revista Universo Contábil (FURB), Revista Contabilidade, Gestão e Governança (UnB), Revista de Contabilidade e Organizações (USP/RP), Advances in Scientific and Applied Accounting (Anpcont), Revista de Administração Mackenzie, Revista Brasileira de Finanças (RBFin), Contabilidade Vista e Revista (UFMG), Enfoque Reflexão Contábil (UEM), Contextus - Revista Contemporânea de Economia e Gestão (UFC) e Revista Economia e Gestão (PUC/MG). Trabalhos de sua autoria estão disponíveis na Social Science Research Network (SSRN), no Working Papers do BCB e foram apresentados em congressos científicos da área contábil nacionais (Enanpad, Anpcont, Congresso Brasileiro de Custos, Congresso USP de Contabilidade e Controladoria e Congresso Brasileiro de Contabilidade) e internacionais (Asian-Pacific Conference e Asamblea do Cladea). Áreas de concentração: contabilidade para usuários externos, instituições financeiras, auditoria e controle interno.

Carlos André de Melo Alves, Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade de Brasília – Departamento de Administração (ADM/UnB).

Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade de Brasília – Departamento de Administração (ADM/UnB).

Referências

Alam, H. M., Raza, A., & Akram, M. (2011). A financial performance comparison of public vs private banks: The case of commercial banking sector of Pakistan. International Journal of Business and Social Science, 2(11).

Alonso, M. (1999). Custos no serviço público. Revista Do Serviço Público, 50(1), 1–11.

Araújo, V. L., & Cintra, M. A. M. (2011). O Papel Dos Bancos Pu?blicos Federais Na Economia Brasileira. Texto para Discussão nº 1604. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), (August), 1–60.

Bartel, A. P., & Harrison, A. E. (2005). Ownership Versus Environment: Disentangling the Sources of public-sector inefficiency. The Review of Economics and Statistics, 87(1), 135–147. Doi: https://doi.org/10.1162/0034653053327595

Beuren, I. M. (1993). Conceituação e Contabilização do Custo de Oportunidade. Caderno de Estudos n° 08. FIPECAFI – abril / 1993 Economia, 49(1), 118–123.

Campos, M. B. (2002). Produtividade e Eficiência do Setor Bancário Privado Brasileiro de 1994 a 1999. (dissertação de mestrado, Fundação Getúlio Vargas, 2002)

Conselho Monetário Nacional (CMN). (2013). Resolução nº 4.192, de 1º de março de 2013. Dispõe sobre a metodologia para apuração do Patrimônio de Referência (PR).

Costa, F. (2015). Atuação anticíclica dos bancos públicos brasileiros. Instituto de economia Universidade de Campinas, São Paulo. n. 258.

Dantas, J. A., Lustosa, P. R. (2006). Rentabilidade das Instituições Financeiras no Brasil: Mito ou Realidade? 6º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade.

Dantas, J. A., Medeiros, O. R., Galdi, F. C., & Costa F. M. (2013). Gerenciamento de Resultados em Bancos com Uso de TVM: Validação de Modelo de Dois Estágios. Revista de Contabilidade e Finanças, 24(61), p.37-54.

Gregório, J. (2005). Análise comparativa da rentabilidade do setor bancário privado atuante no Brasil no período de 1997 e 2004. 2005. (Dissertação mestrado, Universidade de São Paulo)

Hermann, J. (2010) O papel dos bancos públicos. Texto para Discussão n° 1533 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Hermann, J. (2011). Bancos públicos em sistemas financeiros maduros: perspectivas teóricas e desafios para os países em desenvolvimento. Revista de Economia Política, vol. 31, nº 3 (123), pp. 397-414, julho-setembro/2011.

Hirakawa, S. M. (2008). Bancos públicos e influência política: o caso do crédito rural, EnAPG Encontro de Administração Pública e Governança. d, 1–13.

La Porta, R., Lopez, F. & Shleifer, A. (2002). Government ownership of banks. The Journal of Finance, 57(1), 265-301.

Martins, T. S., Bortoluzzo, A. B., Lazzarini, S. G. (2014) Competição Bancária: Comparação dos Comportamentos de Bancos Públicos e Privados. Rev. adm. contemp., Curitiba, v. 18, n. spe, p. 86-108.

Martins, E. (2003). Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Editora Atlas.

Mian, A. (2003). Foreign, private domestic, and government banks: New evidence from emerging markets. Journal of Banking and Finance, 27(7), 1219-1410.

Micco, A., Panizza, U., & Yanez, M. (2007). Bank ownership and performance. Does politics matter?. Journal of Banking & Finance, 31(1), 219-241. Doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jbankfin.2006.02.007

Mishkin, F. S. & Eakins, S. G. (2015). Financial Markets & Institutions. 8th ed. Boston: Pearson.

Novaes, A. (2007). Intermediação financeira, bancos estatais e o mercado de capitais. In: A.C. Pinheiro & L.C. Oliveira Filho, Mercado de capitais e bancos públicos: análise e experiências comparadas (pp. 35-132). Rio de Janeiro.

Oliveira, G. C. D. (2009). Estrutura patrimonial e padrão de rentabilidade dos bancos privados no Brasil (1979-2008): teoria, evidencias e peculiaridades. (Tese doutorado, Universidade de Campinas)

Paula, L. F. R. (1999). Dinâmica da firma bancária: uma abordagem não-convencional. Revista Brasileira de Economia, 53(3), 323-356.

Pinheiro, A. C., & de Oliveira Filho, L. C. (2007). Mercado de capitais e bancos públicos: análise e experiências comparadas. Rio de Janeiro: Livraria/ANBID.

Silva, T. L., & Jorge Neto, P. D. M. (2002). Economia de escala e eficiência nos bancos brasileiros após o Plano Real. Estudos Econômicos, 32(4), 577-619.

Stiglitz, J. E. (1993). The role of the state in financial markets. The World Bank Economic Review, 7(suppl_1), 19-52. Doi: http://dx.doi.org/10.1093/wber/7.suppl_1.19

Torres Filho, E. T. (2006). O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito. Visão do desenvolvimento, (7).

Vinhado, F., & da Silva, M. G. (2017). Considerações Sobre A Eficiência Dos Bancos Públicos No Brasil Recente: 2008-2013. Revista Capital Científico-Eletrônica (RCC?)-ISSN 2177-4153, 15(2), 9-32.

Yeyati, E. L., Micco, A., & Panizza, U. (2004). Should the government be in the banking business? The role of state-owned and development banks. Working Paper 517.

Downloads

Publicado

01-07-2020

Como Citar

CAMPOS , C. R. .; DANTAS, J. A.; ALVES, C. A. de M. Retorno dos bancos públicos federais versus custo de oportunidade dos recursos investidos pelo Tesouro Nacional. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 92–111, 2020. DOI: 10.21680/2176-9036.2020v12n2ID19372. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/19372. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

Seção 1: Contabilidade Aplicada ao Setor Empresarial (S1)