Diversificação das receitas em cooperativas de crédito de livre admissão do Brasil e sua influência sobre desempenho financeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2021v13n2ID21488

Palavras-chave:

Indicadores de desempenho; cooperativas financeiras; diversificação de produtos serviços.

Resumo

Objetivo: Analisar o efeito da diversificação das receitas sobre o desempenho financeiro das cooperativas de crédito de livre admissão brasileiras, no período de 2014 a 2018.

Metodologia: Foi utilizado o modelo de regressão de dados em painel e avaliadas 263 cooperativas de livre admissão brasileiras, perfazendo um total de 2.630 observações. Os dados foram obtidos juntos ao Bacen. As variáveis foram definidas conforme o estudo de Mathuva (2016), em que as variáveis dependentes foram ROA, ROE e suas medidas de volatilidade

Resultados: Os resultados indicaram que a diversificação de atividades nas cooperativas influenciou positivamente o desempenho financeiro. Os sinais encontrados demonstraram que quanto mais equilibrado esse processo melhor é o resultado e menor é o risco, dado pela volatilidade dos retornos. Ao se avaliar especificamente as receitas de serviços, ou seja, o efeito direto dessa fonte de receitas, foi constatada relação inversa com o desempenho e que os retornos se tornam mais voláteis à medida que as cooperativas aumentam as receitas com serviços. Esses resultados podem ser decorrentes tanto do estágio de maturidade das cooperativas nessas linhas de negócios cuja participação na formação das receitas ainda é baixa, quanto sugerem que o desempenho das cooperativas é ampliado à medida em que se fortalece as linhas de negócios já existentes, nas quais a instituição possui vantagens comparativas. O efeito combinado da expansão da prestação de serviços com a expertise nos processos de intermediação financeira é que, no período analisado, exerceu influência sobre o desempenho das cooperativas de livre admissão brasileiras.

Contribuições do Estudo: Avaliar os fatores que exercem influência sobre o desempenho das cooperativas de crédito contribui para a definição de estratégias de promoção de crescimento dessas instituições que exercem importante papel econômico e social na prestação de serviços financeiros. Para literatura, esse estudo contribui para compreensão do comportamento do desempenho das cooperativas de crédito em um contexto de expansão das receitas de serviços pelas instituições financeiras, cujas pesquisas ainda são incipientes e não conclusivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Ribeiro, Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba

Graduação em Ciências Contábeis, Universidade Federal de Viçosa.

Rosiane Maria Lima Gonçalves, Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba

Doutorado em Economia Aplicada, Professora Associada da Universidade Federal de Viçosa  – Campus Rio Paranaíba, Instituto de Ciências Humanas e Sociais.

Referências

Bacen - Banco Central do Brasil. (2018). Panorama do sistema nacional de crédito cooperativo. Recuperado em 16 de maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/coopcredpanorama/9_panorama_sncc_2018.pdf

Bacen - Banco Central do Brasil. (2017). Relatório de Economia Bancária. Recuperado em 16 de maio, 2019, de https://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/REB_2017.pdf

Bacen - Banco Central do Brasil. (2014). Plano de Ação para Fortalecimento do Ambiente Institucional: Relatório 2012-2014. Recuperado em 16 de maio, 2019, de http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/Relat%F3rio%20PNIF%20-%20Br.%200462.pdf

Bennett, Paul. (1984). Applying Portfolio Theory to Global Bank Lending. Journal of Banking and Finance, p.153-169.

Carvalho, T. F. de, Maia, M. V., & Barbedo, C. H. da S. (2012). O efeito da diversificação no valor das empresas listadas em bolsa no Brasil. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 13(1), 87-109. https://doi.org/10.1590/S1678-69712012000100005

DeYoung, R., & Roland, K. P. (2001). Product Mix and Earnings Volatility at Commercial Banks: Evidence from a Degree of Total Leverage Model. Journal of Financial Intermediation, 10 (1), p.54-84.

Época Negócios. (2016). Com juros altos e restrição de bancos, cooperativas de crédito avançam. Recuperado em 10 de novembro, 2018, de https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2016/08/com-juros-altos-e-restricao-de-bancos-cooperativas-de-credito-avancam.html

Fabozzi, F. J.; Gupya, F.; Markowitz, H. M. (2002). The Legacy of Modern Portfolio Theory. The Journal of Investing, 11 (3), p.7-22. 7-22; https://doi.org/10.3905/joi.2002.319510

Ferreira, M. A. M., & Braga, M. J. (2004). Diversificação e competitividade nas cooperativas agropecuárias. Revista de Administração Contemporânea, 8(4), p.33-55. https://doi.org/10.1590/S1415-65552004000400003

Ferreira, J. H. L., Zanini, F. A. M., & Alves, T. W. (2019). A diversificação das receitas bancárias: seu impacto sobre o risco e o retorno dos bancos brasileiros. Revista Contabilidade & Finanças, 30(79), 91-106. https://doi.org/10.1590/1808-057x201805810

Goddard, J.,McKillop, D., &Wilson, J. O. S. (2008). The Diversification and Financial Performance of US Credit Unions. Journal of Banking and Finance, 32, p.1836–1849. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2007.12.015

Grzebieluckas, Cleci, Marcon, Rosilene, & Alberton, Anete. (2013). A estratégia de diversificação e performance: o caso das companhias abertas no Brasil. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 14(2), p. 99-126. https://doi.org/10.1590/S1678-69712013000200005

Köhler, Matthias, Does Non-Interest Income Make Banks More Risky? Retail-versus Investment-Oriented Banks (2014). Review of Financial Economics, 23, p.182-193. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2261120

Maddala, G. S., & Wu, S. (1999). A comparative study of unit root tests with panel data and a new simple test. Oxford Bulletin of Economics and Statistics, 61, p. 631–652.

Mathuva, D. (2016). Revenue diversification and financial performance of savings and credit co-operatives in Kenya. Journal of Co-operative Organization and Management, 4, p. 1-12.

Meinen, E., & Port, M. (2014). Cooperativismo Financeiro: Percurso histórico, perspectiva e desafios. Brasília, DF: Confebrás.

Mercieca, S., Schaeck, K., & Wolfe, S. (2007). Small European banks: Benefits from diversification? Journal of Banking & Finance, 31(7), p. 1975–1998. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2007.01.004

OBSCOOP - Observatório das Cooperativas. (2017). Participação dos serviços no total das receitas vem crescendo nas cooperativas de crédito. Recuperado em 17 de junho, 2018, de http://www.obscoop.fearp.usp.br/dp7/blog/participa%C3%A7%C3%A3o-dos-servi%C3%A7os-no-total-das-receitas-vem-crescendo-nas-cooperativas-de-cr%C3%A9dito

Pinheiro, M. A. H. (2008). Cooperativas de Crédito: História da Evolução Normativa no Brasil. (6a ed.). Brasília, DF: BCB. Recuperado em 27 de maio, 2018, de http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/livro_cooperativas_credito.pdf

Rogers, P., Mendes-da-Silva, W., & Paula, G. M. de. (2008). Diversificação e desempenho em empresas industriais brasileiras: um estudo empírico no período de 1997 a 2001. Revista de Administração Contemporânea, 12(2), p. 313-338. https://doi.org/10.1590/S1415-65552008000200003

White, H. A. (1980). Heteroskedasticity-Consistent Covariance Matrix Estimator and a Direct Teste for Heteroskedasticity. Econometrica, 48 (4), p. 817-838.

Wooldridge, J. M. (2006).Introdução à econometria: uma abordagem moderna. (4a. ed.). São Paulo, SP: Pioneira Thomson Learning.

Downloads

Publicado

02-07-2021

Como Citar

RIBEIRO, L.; MARIA LIMA GONÇALVES, R. Diversificação das receitas em cooperativas de crédito de livre admissão do Brasil e sua influência sobre desempenho financeiro. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 121–144, 2021. DOI: 10.21680/2176-9036.2021v13n2ID21488. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/21488. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Seção 1: Contabilidade Aplicada ao Setor Empresarial (S1)