Ecodanças: reflexões sobre práticas artísticas afro-indígenas como pesquisa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v9i2.28917

Palavras-chave:

Dança, Ecodanças, Pesquisa, Aquilombúnquers

Resumo

Este artigo busca compartilhar determinados apontamentos sobre a pesquisa-arte elaborada no campo dos Estudos em Dança. Para tanto, traça-se um percurso que tem como foco as práticas artísticas de ascendência africana ou indígena. Parte-se da seguinte problemática: “por que estabelecer no contexto dos debates da prática como pesquisa um recorte de caráter étnico-racial?”. Supõe-se que as práticas artísticas produzidas por subjetividades racialmente minoritárias são sínteses de uma experiência histórica e de uma qualidade de saber vinculadas às vivências coletivas de resistências em contextos de guerra. Parte-se da ideia de guerra como uma condição histórica implementada pelo colonialismo no campo da vida social que fomenta destruição e morte. Como consequência, apresenta-se a categoria ecodanças como um conjunto de práticas artísticas pretas e indígenas que produzem políticas de vida e compartilha-se o sentido atribuído à ideia de aquilombúnquers. Espera-se colaborar com os debates estruturados no campo da prática como pesquisa.

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Biografia do Autor

Victor Hugo Neves de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Artista e pesquisador das Artes da Cena. Professor do Departamento de Artes Cênicas e do Mestrado Profissional em Artes (PROF-Artes/UFPB) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Atualmente, é bolsista de pós-doutorado do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) no Programa Eixos Temáticos, onde colabora com a estruturação de políticas públicas voltadas para o setor da Cultura e da Arte.

Liana da Silva Cunha, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Afro-gaúcha, arruaceira, funkeira, contraditória e artista da dança. Filha, irmã, tia, do choro fácil e riso também. Integrante do grupo Fragmento Urbano de dança (Guaianases, São Paulo, SP); Mestranda em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, na linha de pesquisa Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividades. Bacharela em Dança pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Técnica de Palco, pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. 

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Publicado

01-12-2022

Como Citar

OLIVEIRA, V. H. N. de; CUNHA, L. da S. Ecodanças: reflexões sobre práticas artísticas afro-indígenas como pesquisa. ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 9, n. 2, 2022. DOI: 10.36025/arj.v9i2.28917. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/28917. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Dramaturgias e Epistemologias Insurgentes na Dança