A serpente como símbolo do tempo da arte latino-americana
DOI:
https://doi.org/10.36025/arj.v9i1.29702Palavras-chave:
Serpente, Temporalidade, História da Arte, América Latina, Aby WarburgResumo
Esse texto faz parte dos primeiros rascunhos da tese de doutorado “Em busca de serpentes: uma investigação sobre a temporalidade da História da Arte a partir de Aby Warburg”. E, como todo rascunho, apresenta lacunas, obscuridades, imprecisões, equívocos, etc. Aberto à discussão, o texto também parte de notas –fragmentárias, enigmáticas– encontradas nas anotações do primeiro rascunho do texto Bilder aus dem Gebiet der Pueblo-Indianer (Imagens do território dos índios Pueblo). Este texto foi redigido e apresentado no dia 21 de abril de 1923, no formato de uma conferência e serviu também como um atestado de sanidade mental para Aby Warburg. Nestas notas de rodapé, Warburg se pergunta: “Quais são as propriedades que fazem da serpente uma metáfora relevante na literatura e na arte?” (El Ritual de la serpiente, México, Sexto Piso, 2004. p. 53). Nessas anotações encontramos o tema que orienta este texto, ou seja, pensar em como a simbologia da serpente pode nos ser útil para pensar a temporalidade da história da arte. Em outras palavras, como a serpente, presente em praticamente todas as mitologias ameríndias, pensada como metáfora, nos ajuda a compreender o tempo histórico das imagens, suas migrações, aparições, desaparições, suas mudanças e permanências –sobretudo as imagens produzidas na Arte Latino Americana.
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