Morto-vivo: breve glossário crítico
DOI:
https://doi.org/10.36025/arj.v11i2.33307Palavras-chave:
morto-vivo, horror, necropolítica, cinema, arte contemporâneaResumo
Abjeto, body horror, close-up, ferida, gore, horror, necropolítica, terrir e zumbi são entradas deste glossário crítico imaginado a partir da figura do morto-vivo. Presente na cultura popular e midiática, este personagem, com suas ambiguidades, possibilita relacionar horror, artes visuais e cinema, contra o pano de fundo sociopolítico daquilo que a filósofa mexicana Sayak Valencia chama de “capitalismo gore”. Busca-se, aqui, pensar a relação entre a virtualidade da imagem – no presente neoliberal, caracterizada por superfícies lisas e luminosas próprias ao regime obsceno da circulação e da visibilidade totais – e a fisicalidade irredutível do corpo – traduzida, no gênero do horror e nos mortos vivos, por representações escatológicas da carne putrefata, da violência e da morte, sintomas sintetizados, em parte, pela noção de necropolítica. O texto se vale de uma forma fragmentária, ensaística e por associações por vezes díspares, de modo a incorporar a própria lógica dos objetos analisados.
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