Memória, retórica e improvisação em L’Art de Préluder..., de Jacques-Martin Hotteterre, París 1719 e no Versuch..., Berlín e París, 1752 de Johann Joaquim Quantz

Autores

Palavras-chave:

Memória, Retórica, Improvisação, Hotteterre, Quantz

Resumo

Aspectos retóricos da utilização da memória na construção do flautista galante e do flautista eloquente. As estratégias de composição "em tempo real" de prelúdios no tratado de Hotteterre e o método de ornamentação e improvisação no tratado de Quantz sob a perspectiva da memória.

Downloads

Biografia do Autor

Gabriel Pérsico, Universidad Nacional de las Artes (UNA)

Doutor em Artes pela Universidade Nacional de Córdoba. Bacharel em Educação Musical pela Universidade Nacional de La Plata. Professor no Departamento de Artes Musicais e Sonoras da Universidad Nacional de las Artes (UNA), Argentina.

Referências

BARTHES, Roland. Investigaciones retóricas I; La antigua retórica. Buenos Aires: Tiempo contemporáneo, 1974.

BOVICELLI, Giovanni Battista. Regole, passaggi di música, madrigali e motetti passeggiati. facsimil ed. Venecia: Società Italiana del Flauto Dolce, 1594.

CASTELLANI, Marcello. Introducción crítica al “Art de préluder...” de Jacques-Martin Hotteterre. In: CASTELLANI, Marcello (org.). L’Art de Preluder sur la flûte traversière, sur la Flûte-a-bec, sur le hautbois et autres instruments de dessus. [S.l.]: Studio per ed. Florencia, 1999.

CHASIN, Ibaney. O canto dos afetos: um dizer humanista : aproximações à reflexão musical do renascimento tardio italiano / Ibaney Chasin. - Version details - Trove. São Paulo: Perspectiva, 2004.

CIRILLO, Agostino. Universidad de Murcia - Johann Joachim Quantz y su aportación a la cultura musical del siglo XVIII. 2016. Universidad de Murcia, [S. l.], 2016. Disponível em: https://plu.mx/um/a/?repo_url=http://hdl.handle.net/10201/47863. Acesso em: 20 ago. 2024.

DALLA CASA, Girolamo. Il vero modo di diminuir con tutte le sorti di stromenti... facsimil ed. Venecia: Arnaldo Forni Editore, 1584.

FÉNELON, F. Salignac de la Mothe. Dialogues sur la eloquence en Oeuvres diverses de Fénelon. Paris. 1717. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark. Acesso em: 20 ago. 2024.

FURETIÈRE, Antoine. Dictionaire de Musique. facsimil ed. París: Société de Musicologie de Languedoc, 1690.

GALILEO, Vincenzo. Dialogo della musica antica et della moderna. 1581. Disponível em: http://imslp.org/wiki/Dialogo_della_musica_(Galilei%2C_Vincenzo). Acesso em: 20 ago. 2024.

GANASSI DAL FONTEGO, Silvestro. Opera intitulata Fontegara. facsimil ed. Venecia: Società Italiana del Flauto Dolce, 1553.

GIBSON, Jonathan. “A Kind of Eloquence Even in Music: Embracing Different Rhetorics in Late SeventeenthCentury France”. The Journal of Musicology, v. 25, n. 4, p. 394–433, 2008. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/10.1525/jm.2008.25.4.394. Acesso em: 20 ago. 2024.

GIRON, Sandra. Pintar con verdad: retórica y música. 4:33 Revista on line de Investigación Musical, n. 24, p. 7-24. 2024.

GJERDINGEN, Robert O. Music in the Galant Style. Oxford: Oxford University Press, 2007.

HARWOOD, John T. (ed.). The Rhetorics of Thomas Hobbes and Bernard Lamy. Carbondale: Southern Illinois University Press, 1986.

HAYNES, Bruce; BURGUESS, Geoffrey. The pathetick musician: moving an audience in the Age of Eloquence. Nueva York: Oxford University Press, 2016.

HOTTETERRE, Jacques. L’art de préluder sur la flûte traversière, sur la flûte à bec, sur l ehautbois et autres instrumens de dessus. Op.7. Paris: Facsimil Studio per Edizioni Scelte, 1719.

HUME, David. De la tragedia y otros ensayos sobre el gusto. Traducción de M. Marey. Buenos Aires: Biblos, 2003.

KUIJKEN, Barthold. The Notation Is Not the Music: Reflections on Early Music Practice and Performance. Bloomington: Indiana University Press, 2013.

LAMY, Bernard. La Rhetorique ou L’Art de Parler. París: Pralard, André, 1718. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k65583647.texteImage#. Acesso em: 20 ago. 2024.

LUCAS, Mônica. Emulação de retóricas clássicas em preceptivas da musica poetica. Opus, v. 20, n. 1, p. 71–94, 2014.

MATTHESON, Johann. Der vollkommene Capellmeister. Ernest Harris (english translation 1981). Ann Arbor: Umi Research Press, 1739.

ORTIZ, Diego. Tratdo de glosas sobre clausulas y otros géneros de puntos... Roma: Bärenreiter., 1553.

QUANTZ, Johann Joaquim. Versuch einer Anweisung die Flöte traversiere zu spielen (Quantz, Johann Joachim) - IMSLP. 1752. Disponível em: http://imslp.org/wiki/Versuch_einer_Anweisung_die_Flöte_traversiere_zu_spielen_(Quantz,_Johann_Joachim). Acesso em: 20 ago. 2024.

QUINTILIANO, Marco Fabio. Instituciones oratorias. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2004. Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/obra/instituciones-oratorias--0/. Acesso em: 5 ago. 2017.

RANUM, Patricia M. Marc-Antoine Charpentier, Jesuit rhetoric, the Journal de Trévoux, and the exercise known as “les Tons” (the Tones). 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/36312303/Trevoux_tones_pdf. Acesso em: 26 jan. 2024.

ROGNONI, Francesco. Selva de varii passaggi secondo l’uso moderno... facsimil ed. Milán: Arnaldo Forni Editore, 1620.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Dictionnaire de musique. digital ed. Paris: Chez la veuve Duchesne, 1767. Disponível em: https://archive.org/details/dictionnairedem00rous/page/430/mode/2up. Acesso em: 26 jan. 2024.

TARLING, Judy. The weapons of Rhetoric / a guide for musicians and audiencies. Hertfordshire: Corda Music Publications, 1994.

TARLING, Judy. Baroque string playing for ingenious learners. [S.l.]: Corda Music, 2000.

TARLING, Judy.; OAKSHOTT, Jane. Speaking with Quintilian: text, voice, performance. [S.l.]: AuthorHouse, 2009.

VIRGILIANO, Aurelio. Il Dolcimelo. facsimil ed. [S. l., ca. 1600].

[Descrição da imagem] A pintura intitulada "Grupo musical numa varanda" [Musical Group on a Balcony] foi produzida pelo holandês Gerrit van Honthorst (1590-1656) em 1622. Representa a cena de uma performance musical realizada por quatro cantores e três instrumentistas ladeados por uma arara e um cachorro, todos distribuídos ao redor de um balcão, observado desde um plano inferior. Os cantores e os instrumentistas vestem roupas coloridas, que contrastam com o céu azul claro com nuvens brancas que lhes faz fundo. Os quatro cantores se dividem em dois pares; um deles, de maior destaque na cena, se ocupa em ler um livro de partituras sustentado pela cantora, enquanto o outro, na margem esquerda, dirige seu olhar ao observador externo. Os três instrumentistas, dois tocando alaúdes e o outro uma teorba, trocam olhares entre si. O cachorro e a arara acompanham o segundo casal de cantores, encarando o observador externo. A perspectiva explorada pelo pintor possibilita criar a ilusão de que esse observador situa-se no meio da cena, como parte dela, num piso inferior do prédio onde ela acontece, ou seja, o observador externo dirige seu olhar de baixo para cima. As práticas musicais do Antigo Regime, com suas teorias e poéticas, foram bastante representadas em pinturas produzidas entre os séculos XVI, XVII e XVIII, e constituem o objeto de estudo que abordamos nas pesquisas que se fazem presentes neste dossiê. Por isso, a imagem nos parece oportuna para ilustrá-lo. A polivalência de sua leitura nos parece ainda mais oportuna, uma vez que nos possibilita, como músicos e pesquisadores do século XXI, nos projetarmos como "participantes" dessa cena, fazendo soar essas músicas no tempo presente; nos projetarmos como ouvintes, familiares ou estrangeiros em relação a essa prática de origem europeia, e com algum distanciamento submetê-la a análises e reflexões; ou ainda nos projetarmos como o elemento "exótico" da cena, como a arara vermelha levada das Américas à Europa, para pensar os processos históricos de colonização, aculturação e a participação da América Latina nas práticas culturais desse período. Por certo, essas projeções não são excludentes, pelo contrário, se somam e se multiplicam, e contribuem para a compreensão dos diversos elementos presentes nesse que parece ser um simples ato de cantar acompanhado, seja hoje, seja nos muitos tempos passados [Fim da descrição]

Downloads

Publicado

02-04-2025

Como Citar

PÉRSICO, G. Memória, retórica e improvisação em L’Art de Préluder..., de Jacques-Martin Hotteterre, París 1719 e no Versuch..., Berlín e París, 1752 de Johann Joaquim Quantz. Diálogos Sonoros, [S. l.], v. 3, p. 1–28, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/dialogossonoros/article/view/38813. Acesso em: 21 abr. 2025.

Edição

v. 3 (2024)

Seção

Dossiê: Música e Retórica no Antigo Regime

Licença

Copyright (c) 2025 Diálogos Sonoros

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

A revista está licenciada sob a licença Creative Commons Atribuição – Não comercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que concede aos usuários a permissão para ler, fazer download, copiar, distribuir, imprimir ou referenciar o texto integral dos artigos sem solicitar previamente a autorização dos editores ou autores.