Edições anteriores
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v. 3 (2024)
Ilustração: A pintura intitulada "Grupo musical numa varanda" [Musical Group on a Balcony] foi produzida pelo holandês Gerrit van Honthorst (1590-1656) em 1622. Representa a cena de uma performance musical realizada por quatro cantores e três instrumentistas ladeados por uma arara e um cachorro, todos distribuídos ao redor de um balcão, observado desde um plano inferior. A perspectiva explorada pelo pintor possibilita criar a ilusão de que esse observador situa-se no meio da cena, como parte dela, num piso inferior do prédio onde ela acontece, ou seja, o observador externo dirige seu olhar de baixo para cima. As práticas musicais do Antigo Regime, com suas teorias e poéticas, foram bastante representadas em pinturas produzidas entre os séculos XVI, XVII e XVIII, e constituem o objeto de estudo que abordamos nas pesquisas que se fazem presentes neste dossiê. Por isso, a imagem nos parece oportuna para ilustrá-lo. A polivalência de sua leitura nos parece ainda mais oportuna, uma vez que nos possibilita, como músicos e pesquisadores do século XXI, nos projetarmos como "participantes" dessa cena, fazendo soar essas músicas no tempo presente; nos projetarmos como ouvintes, familiares ou estrangeiros em relação a essa prática de origem europeia, e com algum distanciamento submetê-la a análises e reflexões; ou ainda nos projetarmos como o elemento "exótico" da cena, como a arara vermelha levada das Américas à Europa, para pensar os processos históricos de colonização, aculturação e a participação da América Latina nas práticas culturais desse período. Por certo, essas projeções não são excludentes, pelo contrário, se somam e se multiplicam, e contribuem para a compreensão dos diversos elementos presentes nesse que parece ser um simples ato de cantar acompanhado, seja hoje, seja nos muitos tempos passados.
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v. 2 n. 2 (2023)
Ilustração: Por todos os cantos
Designer: Beatriz Xavier
Técnica: Arte gráficaA ilustração retrata, tanto de maneira pictórica quanto de modo abstrato, recursos musicais, lúdicos e acadêmicos. Os signos tem o intuito de enaltecer a cultura popular musical na cena potiguar, remetendo a elementos que representam a expressão musical e o espaço da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), que para além de seus limites físicos, causa impacto em todo o cenário musical local, nacional e internacional.
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v. 2 n. 1 (2023)
Ilustração: Diversidade em pauta
Designer: David Barbalho Pereira
Técnica: Arte gráfica
Dispostos lado a lado e compondo uma coletividade, as diferentes cores e figuras musicais que integram as silhuetas de pessoas retratam a diversidade que é inerente ao ser humano, em suas singularidades, vivências e potências. Neste plano simplificado, as figuras musicais remontam à música como poderosa ferramenta à inclusão.
A ilustração - que possui o logotipo do Setor de Musicografia Braille e Apoio à Inclusão da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (SEMBRAIN/EMUFRN), bem como as representações gráficas tradicionais que expressam o paradigma da inclusão como inspirações principais - se fundamenta na compreensão da inclusão das pessoas com necessidades específicas como um movimento a ser desenvolvido coletivamente. -
v. 1 n. 2 (2022)
Foto: 60 castanhas
Fotógrafa: Pollyanna Guimarães
Técnica: Fotografia, colagem e arte gráfica
Um cajueiro cuja copa lembra o formato do mapa do RN, simbolizando a abrangência do fomento cultural que a instituição representa para o Estado. Abaixo da árvore, a silhueta de uma trombonista, representando as nossas alunas e alunos, atores principais da circulação e troca de saberes musicais, vitais ao sucesso da atuação da EMUFRN ao longo dos últimos sessenta anos.
A imagem foi criada a partir da frase "Há sessenta anos semeando música no RN." que compõe a identidade visual dos 60 anos da Escola de Música da UFRN e carrega a ideia de que a EMUFRN é solo fértil de cultura e artes sonoras potiguares que, além de se multiplicar em várias árvores frondosas, dá frutos generosos e diversos. Há uma clara referência ao trabalho fotográfico feito para a capa do livro "60 motivos para ouvir a UFRN" (2018) feito por ocasião dos 60 anos da UFRN e novamente utilizado para a campanha visual atual.
O título da imagem faz referência à cultura indígena do litoral do Norte-Rio-Grandense, que contavam sua idade a partir da coleção de castanhas de caju, uma para cada ano vivido. -
v. 1 n. 1 (2022)
Capa: Plat 01
Fotógrafo: Jean Joubert Mendes
Técnica: Intentional Camera MovementA imagem, assim como um instrumento musical, ganha novo significado se impactada por um determinado tempo e ritmo, por uma determinada ótica e intenção. A manipulação do tempo, do movimento e da luz na produção da imagem, permite neste caso, utilizar a projeção da matéria e reconstruí-la sob um ponto de vista específico. Nestas imagens, instrumentos musicais ganham curvas, cores e nuanças próprias. Como na música, o instrumento musical entrega sua essência e o externo, o executor, lhe imprime o seu desejo para romper com o estabelecido e provocar a busca de um novo sentido.