De enjeitado a ouvidor
a trajetória do Tenente Joaquim Lino Rangel na Freguesia da Cidade do Natal, 1760?-1839
DOI:
https://doi.org/10.21680/1984-817X.2018v13n01ID17614Palavras-chave:
Enjeitado, Trajetória, FreguesiaResumo
É sabido que o abandono de crianças recém-nascidos é um fenômeno presente em nossa sociedade ocidental desde a antiguidade, sendo justificado de maneira diferente em lugares e tempos diferentes. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar a trajetória do Tenente Joaquim Lino Rangel, indivíduo que foi enjeitado na Freguesia da Cidade do Natal na segunda metade do século XVIII, mas que tornou-se alguém proeminente na jurisdição eclesiástica na primeira metade do século XIX. Para isso, foram analisados documentos paroquiais, camarários, administrativos, cartoriais, entre outros. Os procedimentos utilizados no trato das fontes foram de duas ordens, a saber: quantitativo, que possibilitou arrolar os índices de enjeitamento e ilegitimidade, tal como, qualitativo, firmado na leitura, seleção e transcrição de documentos pertinentes para examinar a realidade passada. Todas as fontes foram interpretadas a luz da história social, permitindo depreender a trama familiar que existiu por trás do enjeitamento de Joaquim, a consolidação da inserção social daquele indivíduo, que passou por um casamento de qualidade, pela constituição de uma família legitima, pela inserção na governança local atingindo a condição de Ouvidor do Rio Grande do Norte, posto de grande relevância. Por fim, trago para ordem da pesquisa os vários grupos da América ibérica que fizeram uso da prática do enjeitamento como estratégia de manutenção da honra.
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