O conservadorismo na sociologia de Florestan Fernandes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1982-1662.2023v6n37ID31236

Palavras-chave:

Conservadorismo, Florestan Fernandes, Teoria Social, Humanismo Socialista

Resumo

O presente artigo apresenta uma análise das críticas endereçadas ao conservadorismo pelo sociólogo paulista Florestan Fernandes (1920-1995). Sendo uma das principais vertentes do pensamento político moderno ao lado do liberalismo e do socialismo, o conservadorismo tem sido estudado comumente através de reiterações e de reforços aos seus pressupostos como, por exemplo, o apego constitucional, a valorização da desigualdade como uma forma de incentivo, a perspectiva ontológica pautada na ideia de corpo e alma e a valorização da liberdade de propriedade. Florestan, tomando o escopo do conservadorismo como contraponto, o desconstrói apresentando como alternativa elementos como a condição humana, o radicalismo democrático, a formação humana e a necessidade de uma sociedade civil civilizada. Além do proposto, o presente estudo preenche uma lacuna temática nos estudos desenvolvidos sobre o autor até o presente momento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elson dos Santos Gomes Junior, Instituto Federal Fluminense - IFF

Doutorando em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF. Bacharel em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia Política pela mesma instituição. Professor EBTT - Sociologia - do Instituto Federal Fluminense - IFF.

Referências

ANDERSON, Perry. Espectro: Da direita à esquerda no mundo das ideias. São Paulo: Boitempo, 2012.

BOBBIO, Norberto. O conceito de sociedade civil. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

______. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

BOCK, Kenneth. Teorias do Progresso, Desenvolvimento e Evolução. In: BOTTOMORE, Tom. História da Análise Sociológica. Zahar Editoras: Rio de Janeiro, 1980.

BONAZZI, Tiziano. Conservadorismo. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: Editora UNB, 1998.

BURKE, Edmund. Reflexões sobre a Revolução na França. Rio de Janeiro: Top´books, 2012.

CANDIDO, Antonio. Florestan Fernandes. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001.

CARVALHO, José Murilo de. Bernardo Pereira de Vasconcelos. São Paulo: Ed. 34, 1999.

COHN, Gabriel. A margem e o centro. Travessias de Florestan Fernandes. Sinais Sociais, v. 10, n. 28, p. 11-28, 2015.

CORETH, E., Que és el hombre: esquema de una Antropología Filosófica. Barcelona: Herder, 1976.

COUTINHO, João Pereira. As ideias conservadoras explicadas a revolucionários e reacionários. São Paulo: Três Estrelas, 2014.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Alceu Amoroso Lima. (Coleção Educadores). 1. ed. Brasília, DF / Recife, PE: MEC, FNDE / Fundação Joaquim Nabuco, Massangana, 2010.

ECHEVARRÍA, José. Funções da Educação no Desenvolvimento. In: ECHEVARRÍA, José. Desenvolvimento, Trabalho e Educação. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.

FERNANDES, Florestan. A Constituição inacabada: vias históricas e significado político. São Paulo: Estação Liberdade, 1989b.

______. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Globo, 2008a.

______. A revolução burguesa no Brasil. 5ª ed. São Paulo: Globo, 2005.

______. A Sociologia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1980.

______. Apontamentos sobre a “teoria do autoritarismo”. São Paulo: HUCITEC, 1979.

______. Brasil: em compasso de espera – pequenos escritos políticos. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2011.

______. Circuito fechado: quatro ensaios sobre o “poder institucional”. São Paulo: Globo, 2010.

______. Da guerrilha ao socialismo: a revolução cubana. São Paulo: T. A. Queiroz, 1978.

______. Educação e sociedade no Brasil. São Paulo: Dominus, 1966.

______. Florestan Fernandes na Constituinte: leituras para a reforma política. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Expressão Popular, 2014.

______. Fundamentos Empíricos da explicação sociológica. 2ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1972.

______. A Sociologia numa Era de Revolução Social. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

______. O desafio educacional. São Paulo: Cortez, 1989a.

______. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. São Paulo: Global, 2008b.

______. Universidade Brasileira: reforma ou revolução?. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1975.

FERREIRA, Gabriela Nunes e BOTELHO, André (Orgs.). Revisão do pensamento conservador – Ideias políticas no Brasil. São Paulo: HUCITEC, 2010.

GAHYVA, Helga. Notas sobre o conservadorismo: elementos para a definição de um conceito. Política & Sociedade. v.16, n.35, p.299-320, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017v16n35p299

HABERMAS, Jürgen. A nova obscuridade. São Paulo: Editora Unesp, 2015.

HIRSCHMAN, Albert. O. A retórica da intransigência – perversidade, futilidade, ameaça. São Paulo: Companhia das letras, 2019.

HONDERICH, Ted. El conservadurismo: un analisis de la tradición anglosajona. Barcelona: Península, 1993.

IANNI, Octavio. Florestan Fernandes e a formação da Sociologia brasileira. In: IANNI, Octavio (org.). Florestan Fernandes: sociologia crítica e militante. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

KINZO, Maria D’alva Gil. Burke: a continuidade contra a ruptura. In WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política 2. São Pauto: Editora Ática, 2001.

KIRK, Russel. A mentalidade conservadora: de Edmund Burke a T. S. Eliot. São Paulo: É Realizações Editora, 2021a.

KIRK, Russel. Breve manual de conservadorismo. São Paulo: Trinitas, 2021b.

LESSA, Renato. Porque Rir da Filosofia Política?, ou a ciência política como téchne. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 13, n.36, p. 141-168, 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69091998000100013

LIMA VAZ, H.C. Antropologia Filosófica I. São Paulo: Edições Loyola, 1991.

LYNCH, Christian Edward Cyril. O caleidoscópio conservador: a presença de Edmund Burke no Brasil. In. KIRK, Russel. Edmund Burke – redescobrindo um gênio. São Paulo: É Realizações Editora, 2016.

LYNCH, Christian Edward Cyril. Por que pensamento e não teoria?: a imaginação político-social brasileira e o fantasma da condição periférica (1880-1970). Dados (Rio de Janeiro. Impresso), v. 56, p. 727-767, 2013.

Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0011-52582013000400001

MAIA, J. M. E. Ao sul da teoria: a atualidade teórica do pensamento social brasileiro. Sociedade e Estado, v. 26, n.2, p. 71-94, 2011.

Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69922011000200005

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008.

MONDIN, J.B. O homem; quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica. São Paulo: Edições Paulinas, 1980.

MOREIRA, Ivone. A filosofia política de Edmund Burke. São Paulo: É Realizações Editora, 2019.

MOREIRA, Marcelo Sevaybricker. O debate teórico-metodológico na Ciência Política e o Pensamento Social e Político Brasileiro. TEORIA & PESQUISA: Revista de Ciência Política, v. 21, pp. 73-89, 2012.

Disponível em: https://doi.editoracubo.com.br/10.4322/tp.2012.006

NUNES, E. Gramática Política do Brasil: Clientelismo e Insulamento Burocrático. Zahar. Rio de Janeiro, 2004.

OAKESHOTT, Michael. A voz da educação liberal. Belo Horizonte: Editora yné, 2021.

______. Educação Política. In: KING, Preston. O estado da Política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1980.

RIBEIRO, M. A. F.; MARTINS, M. L.; TORRES JUNIOR, R. D.. Para além do atraso e singularidade: a atualidade do pensamento social e político brasileiro. Terceiro Milênio – Revista Crítica de Sociologia e Política, v. 18, p. 7-28, 2022. Disponível em: https://revistaterceiromilenio.uenf.br/index.php/rtm/article/view/222/209

ROCHA, Antonio Penalves. José da Silva Lisboa, Visconde do Cairu. São Paulo: Ed. 34, 2001.

ROCHA, Marta Mendes da; SILVA, Rachel Gonçalves da. A agenda da reforma política no Brasil: autores, objetivos, êxitos e fracassos (1988-2010). Revista Brasileira de Ciência Política, nº 16, pp. 213-246, 2015.

Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-335220151609

SCHELER, Max. A situação do homem no cosmo. Lisboa: Texto e Grafia, 2008.

SCRUTON, Roger. Tolos, fraudes e militantes: pensadores da nova esquerda. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2021.

SILVA, Lucas Trindade da. Revista Brasileira de Sociologia, vol.8, n.9, p.254-291,2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.20336/rbs.542

______. Um Florestan para além da “tese da singularidade brasileira”. Terceiro Milênio: Revista Crítica de Sociologia e Política, vol.18, n.1, p.81-111, 2022a.

______. Diferenciação e Integração Sistêmicas em Florestan Fernandes. Revista Sociologia e Antropologia, vol.12, n.2, p.1-28, 2022.

SOARES, Eliane Veras. Florestan Fernandes: o militante solitário. São Paulo: Cortez, 1997.

SOUZA, Jessé. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

TAVOLARO, SERGIO BARREIRA DE FARIA. Retratos não-modelares da modernidade: hegemonia e contra-hegemonia no pensamento brasileiro. Civitas (Porto Alegre), v. 17, p. 115-141, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15448/1984-7289.2017.3.26580

TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia,1998.

WALLERSTEIN, Immanuel. Capitalismo histórico e civilização capitalista. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.

Downloads

Publicado

25-05-2023

Como Citar

DOS SANTOS GOMES JUNIOR, E. O conservadorismo na sociologia de Florestan Fernandes. Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 6, n. 37, p. c31236, 2023. DOI: 10.21680/1982-1662.2023v6n37ID31236. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/31236. Acesso em: 26 abr. 2024.