ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DAS ELITES E DA TEORIA DA AÇÃO COLETIVA
Resumo
O presente artigo procura discutir, de forma analítica e teórica, a lógica estrutural das organizações criminosas do Brasil, notadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), ambas presentes no cenário prisional nacional, utilizando as categorias analíticas da chamada Teoria das elites e da Teoria da Escolha Racional na
Ciência Política, apoiando-se nas análises e teorias propostas por Vilfredo Pareto, Gaettano Mosca, Robert Michels e Mancur Olson, enquanto elites criminosas e enquanto grupos organizados. Enquanto elites, as lideranças dessas organizações se comportam como peças chaves nos movimentos criminosos; enquanto indivíduos, são capazes de mobilizar e organizar seus militantes. Também levantou-se aqui a percepção da existência de um mercado de bens ilícitos, inserido na possibilidade de que se pode pensar essas organizações e seus atores como racionais. Mostrou-se também que o elemento organizativo é central na efetivação desses grupos, assim como que, sem o elemento compulsório e sem as possibilidades comunicacionais, estas grandes organizações não seriam possíveis.