Passos da luta pela emancipação feminina

A radicalidade como legado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2021v28n55ID21653

Palavras-chave:

Mary Wollstonecraft, Revolução Russa, Capital, Família, Angela Davis, Feminismo Negro

Resumo

Este artigo busca apresentar o ideário feminista que se relaciona com movimentos sociais de caráter revolucionário. Exponho inicialmente o pensamento pioneiro de Mary Wollstonecraft que, levando a concepção iluminista e a defesa da Revolução Francesa às últimas consequências, confere àquela uma radicalidade ausente nos pensadores modernos. Discorro então sobre o desenvolvimento da concepção socialista sobre o problema da emancipação feminina por pensadores como Marx, Engels, Kollontai e Lenin, destacando a subversão da instituição familiar proposta pelas e pelos bolcheviques na Revolução Russa, articulada com a dissolução da propriedade privada e do Estado, em uma proposta de completa reorganização da sociabilidade humana. Procuro também expor brevemente aspectos do feminismo negro da filósofa socialista Angela Davis como um importante desenvolvimento da concepção sobre a emancipação feminina elaborada durante a revolução russa. Com isso, pretendo propor que os e as herdeiras de um pensamento não são aquelas que repetem e estendem seus princípios, mas aquelas que desenvolvem sua radicalidade.

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Publicado

26-01-2021

Como Citar

COTRIM, V. Passos da luta pela emancipação feminina: A radicalidade como legado. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 28, n. 55, p. 215–237, 2021. DOI: 10.21680/1983-2109.2021v28n55ID21653. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/21653. Acesso em: 16 abr. 2024.