Modelo de indicadores de desempenho para avaliação dos gastos com saúde pública estadual no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2024v16n2ID32973Palavras-chave:
Indicadores. Avaliação de desempenho. Eficácia gasto público. Setor público.Resumo
Objetivo: Apresentar proposta sobre um conjunto de indicadores de desempenho que podem ser utilizados nas auditorias dos tribunais de contas estaduais para avaliar a eficácia dos gastos orçamentários com a saúde pública.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com aplicação de técnicas estatísticas relacionadas a Data Envelopment Analysis (DEA) em dois estágios e estimação de modelos longitudinais lineares de regressão para dados em painel curto strongly balanced, sobre os gastos orçamentários realizados no período de 2015 a 2019 pelos Estados e Distrito Federal sobre a saúde pública.
Resultados: Constatou-se que não há uso de indicadores de desempenho na elaboração e execução dos PPAs pelos governos, para avaliar a eficácia dos gastos com ações públicas; que a menção sobre “indicadores de desempenho”, refere-se exclusivamente a percentuais para comparar o que foi realizado em relação ao que foi previsto; que foram encontrados registros de ações públicas em duplicidade nos PPAs por alguns entes, e que foi identificado superavaliação nos registros dos recursos previstos na maioria dos PPAs. O grau de explicação estatística do conjunto de indicadores proposto alcançou em média 87% de confiança estatística. Nenhum ente público apresentou eficácia em 100% nos gastos realizados. 69% dos auditores dos tribunais de contas legitimaram o conjunto de indicadores proposto para avaliar a eficácia dos gastos com a saúde pública estadual. Por fim, conclui-se que os indicadores de avaliação de desempenho propostos podem ser utilizados para verificar a eficácia dos gastos com a saúde pública estadual.
Contribuições do estudo: Apresenta indicadores de desempenho, criado por meio de método estatístico, para avaliar a eficácia dos gastos com a saúde pública estadual, uma vez que a literatura especializada indica pouca ou nenhuma discussão a respeito. Indica que as ações inseridas nos PPAs não são auditadas pelos tribunais de contas e que o poder legislativo é omisso na fiscalização entre o que é previsto e realizado, considerando que há ações repetidas e superavaliadas.
Downloads
Referências
Abreu, C. R., & Câmara, L. M. (2014). O orçamento público como instrumento de ação governamental: uma análise de suas redefinições no contexto da formulação de políticas públicas de infraestrutura. Rev. Adm. Publica. 49(1).
Afonso, A., Schuknecht, L., & Tanzi, V. (2003). Public Sector Efficiency: an International Comparison. Public Choice.
Allin, S., Grignon, M., & Wang, L. (2016). The determinants of efficiency in the Canadian health care system. Health Economics, Policy, and Law. 11(1): 39-65.
Araújo, C. A. S., Wanke, P., & Siqueira, M. M. (2018). A Performance Analysis of Brazilian Public Health: TOPSIS and Neural Networks application. International Journal of Productivity and Performance Management. Doi: https://doi.org/10.1108/IJPPM-11-2017-0319.
Azevedo, R. R. & Aquino, A. C. B. (2016). O planejamento em municípios de pequeno porte em São Paulo. Revista de Contabilidade e Organizações. 26: 63-76.
Barcelos, C. L. K., & Calmon, P. C. D. P. (2014). A reforma gerencial do orçamento brasileiro: em busca de múltiplos significados. Revista de Administração Pública. 48(1): 159-1981.
Berne, R., & Schramm, R. (1986). The financial analysis of governments. New Jersey: Prentice Hall.
Bonnefoy, J. C., & Arminjo, M. (2005). Indicadores de desempeño en el público. Instituto Latinoamericano y del Caribe de Planificación Económica y Social. ILPES.
Boyne, G. A., & Chen, A. A. (2007). Performance targets and public service improvement. Journal of Public Administration Research and Theory, 17(3): 455-477.
Brown, K. W. (1993). The 10-Point testo f financial condition: toward in easy-to-use assessment tool for smaller cities. Government Finance Review. 9(6).
Cameron, A. C., & Trivedi, P. K. (2009). Microeconometrics Using Stata. Revised edition. College Station: Stata Press.
Carvalho, J. R. M., Nóbrega, A. K. Q., Kronbauer, C. A. (2020). Avaliação do Desempenho da Gestão Pública Municipal. Revista Desenvolvimento em Questão. 18(53). DOI: https://doi.org/10.21527/2237-6453.2020.53.138-165.
Castro, A. C., & Galvão, A. K. A. (2019). Ensino, literatura e leitura na EJA: um diálogo entre o centro universitário e a educação básica para a formação de docentes no curso de pedagogia. Revista Projeção e Docência. 10(1): 33-40
Charney, B. A., Mead, D. M., & Schermann, K. R. (2002). The new governmental financial reporting model: what it means for analyzing. The journal of Governmental Financial Management. 5(1).
Cinaroglu, S., & Baser, O. (2016). Understanding the relationship between effectiveness and outcome indicators to improve quality in healthcare. Total Quality Management. Doi: http://dx.doi.org/10.1080/14783363.2016.1253467.
Cook, W. D., Tone, K., & Zhu, J. (2014). Data envelopment analysis: Prior to choosing a model. Omega. 44: 1-4.
Costa, F. L., & Castanhar, J. C. (2003). Avaliação de programas públicos: desafios conceituais e metodológicos. Revista de Administração Pública. 37(5): 969-992.
Costa, P. S., & Silva, C. A. T. (2006). Testes empíricos sobre a validade dos indicadores oficiais de desempenho para avaliação de hospitais universitários brasileiros. Revista Universo Contábil. 2(3): 44-62. Disponível em: <https://proxy.furb.br/ojs/index.php/universocont abil/article/view/130>.
Crispim, G., Alberton, L., Flach, L., & Ferreira, C. D. (2021). Ciclo Orçamentário Político: uma análise nos municípios brasileiros. Advances in Scientific and Applied Accounting, 14(1), 106-123. Doi: http://dx.doi.org/10.14392/asaa.2021140104.
Faria, F. P., Januzzi, P. M., & Silva, S. J. (2008). Eficiência dos gastos municipais em saúde e educação: uma investigação através da análise envoltória no Estado do Rio de Janeiro. Revista de Administração Pública. 42(1).
Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2017). Manual Análise de Dados: estatística e modelagem multivariada com Excel, Spss e Stata. 1 edição, Rio de Janeiro: Elsevier.
Groves, S., & Valente M. (2003). Evaluating financial condition: a handbook for local government. 4. Ed. Revised by Karl Nollenberger: Washington: The International City/Country Management Association - ICMA.
Hendrick, R. (2004). Assessing and measuring the fiscal health of local governments: focus on Chicago suburban municipalities. Urban Affairs Review. 40(1).
Hossain, S. (2010). From project audit to performance audit: evolution of performance auditing in Australia. The IUP Journal of Accounting Research and Audit Practices. 9(3): 20-46.
IBGE (2021). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População. Acesso disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao.html
Kavanagh, S. C. (2007). Financing the future: long-term financial planning for local government. Chicago: Government Finance Officers Association - GFOA.
Kleine, R., Philip, K., & Weissert, C. S. (2003). Monitoring local government fiscal healtj: Micjigan’s new 10-point scale of fiscal distress. Government Finance Review. 9(3).
Kloha, P., Weissert, C. S., & Kleine, R. (2005). Developing and Testing a Composite Model to Predict Local Fiscal Distress. Public Administration Review. 65(3).
Lino, A. F., & Aquino, A. C. B. (2017). The diversity of the Brazilian regional Audit Courts on government auditing. Rev. Cont. Fin. 29(76): 26-40. Doi:10.1590/1808-057x201803640.
Lopes, F. F., Júnior, A. E. X., Macêdo, A. F. P., Medeiros, K. N., Oliveira, F. P. S., & Macêdo, M. J. P. (2023). Eficiência na execução orçamentária e desempenho: um estado nas universidades federais brasileiras. Revista Gestão e Secretariado (GeSec), 14(2), 2382-2400.DOI: http://doi.org/10.7769/gesec.v14i2.1715.
Moraes, L. S., Lopes, L. F. D., Brusius, M. D., Roncato, F. S. (2020). Estudo sobre a eficiência dos estados brasileiros na aplicação de recursos públicos. Desafio Online 8(1) 27-47.
Nascimento, S., Bortoluzzi, S. C., Dutra, A., & Ensslin, S. R. (2011). Mapeamento dos indicadores de desempenho organizacional em pesquisas da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo no período de 2000 a 2008. Rev. Adm. 46(4): 373-391. Doi: 10.5700/rausp1018.
Oyadomari, J. C. T., Bido, D. S., Neto, O. R. M., Aguiar, A. B., & Lima, R. G. D. (2023). Relacionamento entre indicadores de desempenho, controle e desempenho estrategicamente alinhados. R. Cont. Fin. 34(91). Doi: https://doi.org/10.1590/1809-57x20221618.enRichartz,
Borgert, A, L., Cavichioli, D. (2023). Análise de possíveis determinantes de ustos em universidades públicas e privadas. Revista enfoque: Reflexão Contábil. 42(1), 33-52. Doi: 10.4025/enfoque.v42i1.57138
Rosa, C. P., Marote, R. P., & Prowle, M. J. (2014). Developing performance audit in Spanish local government: an empirical study of a way forward. Public Money & Management. Doi: http://dx.doi.org/10.1080/09540962.2014.908009.
Santos, G.K. & Raupp, F. M. (2015). Monitoramento e avaliação de resultados dos programas governamentais delineados no PPA. Revista Administração Pública. 49(6):1429-1451. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612140673.
Santos, S. R. T., & Alves, T. W. (2011). O impacto da Lei de Responsabilidade Fiscal no desempenho financeiro e na execução orçamentária dos municípios no Rio Grande do Sul de 1997 a 2004. Revista de Administração Pública. 45(1): 181-208.
Silva, C. G. (2021). Análise da eficácia na execução orçamentária pública por meio de indicadores de desempenho que podem ser utilizados pela auditoria. Tese de doutorado. PPGC/UFSC – CSE, Florianópolis, SC.
Silva, G. C., Alberton, L., & Ferreira, C. D (2018). Performance indicators in the Municipal Public Management: The reality in Audits applied by the Municipal and State Court of Accounts. American Accounting Association (AAA) Annual Meeting in Washington, DC.
Silva, J. F. B. A., Rebouças, S. M. D. P., Abreu, M. C. S., & Ribeiro, M. C. R. (2007). Construção de um índice de desenvolvimento sustentável e análise espacial das desigualdades nos municípios cearenses. Revista de Administração Pública. 52(1): 149-168. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612163114.
Simar, L., & Wilson, P. W. (1998). Sensitivity Analysis of Efficiency Scores: How to Bootsrap in Nonparametric Frontier Models. Management Science. 44(1): 49-61. Doi: http://dx.doi.org/10.1287/mnsc.44.1.49
Soares, J. R., Bordin, R., & Rosa, R. S. (2019). Indicadores De Gestão E De Qualidade Nas Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras - 2009/2016. Revista Eletrônica de Administração - READ. 25(2): 215-239.
Soares, M. M., García, E. M., Carbonell, J. R. (2023). Desigualdades territoriais no financiamento das políticas de educação e de saúde na Espanha e no Brasil. Revista de Administração Pública (RAP). 57(1): DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-761220220168
Sohl, S., Peddle, M. T., Thurmaier, K., Wood, C. H., & Kuhn, G. (2009). Measuring the Financial Position of Municipalities: Numbers Do Not Speak for Speck, B. (2000). Inovação e rotina no Tribunal de Contas da União. Fundação Konrad Adenauer, São Paulo
STN, (2012). Secretaria do Tesouro Nacional. Modelo de capacidade de pagamento: instituído Portaria n. 306, de 10 de setembro. Access: http://www3.tesouro.gov.br/ legislacao/download/estado/Port_306_10set2012.pdf.
Teixeira, A. B., Mata, C., Pardal, P. N., & Teixeira, N. (2013). Avaliação e divulgação de indicadores de desempenho dos municípios portugueses: o caso do distrito de Setúbal. Revista Universo Contábil. 9(1): 147-168. Doi:10.4270/ruc.2013109.
Titu, M. A. & Bucur, A. (2015). Models for quality analysis of services in the local public Administration. Qual Quant Springer. Doi: 10.1007/s11135-015-0183-3.
Van Helden, J., Johnsen, A. & Vakkuri, J. (2008). Distinctive research patterns on public sector performance measurement of public administration and accounting disciplines. Public Management Review. 10(5): 641-651.
Wang, X., Dennis, L., & Tu Jeff, Y. S. (2007). Measuring the financial condition: a study of US States. Public Budgeting and Finance. 27(2): 1-21
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:
Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional