Romanesca em movimento: a itinerância de um "schema"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v10i1.31581

Palavras-chave:

romanesca, contraponto, estilo galante, música, schema

Resumo

O presente texto demonstra a mudança de posição do uso do esquema de contraponto (schema) intitulado Romanesca, ao longo do século XVIII. A trajetória de sua utilização passa de procedimento de abertura temática para posições diversas na estrutura do repertório instrumental e vocal. Aparentemente, a sua recorrência, sobretudo neste último caso, sugere implicações tópicas que, paulatinamente, lhe retiraram a forte conotação de fórmula de abertura musical, pertencente ao repertório setecentista, o chamado Estilo Galante, tal como apre­sentado e explicado por Robert Gjerdingen. O artigo concentra-se na constatação dessa variabilidade de uso e sugere que no processo de amadurecimento de seu uso, a Romanesca pode ter sido um expediente de construção sintática com direcionamento a sentidos diversos, conforme o projeto criativo em que estivesse inserida. 
 
* Fomento à pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM.

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Biografia do Autor

Márcio Páscoa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Márcio Leonel Farias Reis Páscoa é Professor Associado da Universidade do Estado do Amazonas, atuando no curso de Música e no Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes, dirige o Laboratório de Musicologia e História Cultural, assim como a Orquestra Barroca do Amazonas, com a qual gravou cinco discos e realizou dezenas de concertos pelo Brasil e exterior. Possui Graduação em Música e Mestrado em Artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – Unesp, com Doutorado em Ciências Musicais pela Universidade de Coimbra e pós-doutorado em Música pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, tendo sido bolsista da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). É autor de diversos livros, capítulos e artigos em periódicos científicos e magazines especializados, assim como verbetes em dicionários.

Mário Trilha, Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Graduado em Música (Piano, 1995), na Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), Mario Marques Trilha Neto possui curso superior de Cravo no Conservatoire National de Région de Rueil-Malmaison (Paris, França, 1998/2000), com mestrado em perfomance de Cravo (Künstlerisches Aufbaustudium), na Hochschule für Musik Karlsruhe (Alemanha, 1999) e mestrado em Teoria da Música Antiga na Schola Cantorum Basiliensis (Basileia, Suíça, 2003), tendo sido bolsista do Ministério da Cultura do Brasil. É Doutor em Música pela Universidade de Aveiro (2011). Foi Investigador Integrado Pós-Doutoramento do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, CESEM – Universidade Nova de Lisboa com o apoio da Fundação Ciência e Tecnologia de Portugal (2012/14). Desde 2015 é professor adjunto da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Apresentou-se como solista e com vários ensembles e orquestras da América do Sul, Norte e Europa.

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Publicado

17-05-2023 — Atualizado em 03-06-2023

Versões

Como Citar

PÁSCOA, M. L. F. R.; TRILHA NETO, M. M. Romanesca em movimento: a itinerância de um "schema". ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 10, n. 1, 2023. DOI: 10.36025/arj.v10i1.31581. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/31581. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Teorias, Poéticas e Práticas da Música Antiga