Persistência do paradigma indiciário na gestualidade entre imagens científicas e imagens artísticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v9i1.29642

Palavras-chave:

Aby Warburg, Mnemosyne, Paradigma indiciário, Gestos, Corpo fragmentado

Resumo

A reflexão desse texto apoia-se nas noções de Nachleben e Pathosformel, propostas por Aby Warburg e parte da experiência de observar e estudar o Atlas Mnemosyne, ao apostar que o exemplo warburguiano, pronto a ser desdobrado, enriquece as possibilidades de entender a circulação das imagens no âmbito da rememoração histórica, através das experiências de transmissão do conhecimento. Essa reflexão se desenvolve a partir da gestualidade nos estudos warburguianos, principalmente em relação à noção de Pathosformel. Além disso, destaca-se a ideia do corpo fragmentado cujas representações estavam vinculadas ao paradigma indiciário e aos temas da morte e da violência. Para isso evoquei Alphonse Bertillon, Giovanni Morelli e outros, além de artistas dentre os quais estão Andrea Mantegna, Rembrandt, Auguste Rodin, Adolf Menzel e Marcel Duchamp para pensar uma possível rota imagética, em que a representação da violência e o cientificismo se cruzam, transformando o imaginário através da história da arte ocidental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hortência Nunes Abreu, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Hortência Nunes Abreu (1989, Belo Horizonte) é artista e pesquisadora. Desenvolve, atualmente, sua tese de doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais sobre imagens da Guerra contra o Paraguai (1864-1870), envolvendo a produção artística e documental de países envolvidos no conflito.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. La imagen inmemorial. In: AGAMBEN, Giorgio. La potencia del pensamiento: ensayos y conferencias. Buenos Aires: Adrian Hidalgo Editora, 2007. Pp. 423 – 435.

ALCIDES, Sérgio. Sob o signo da iconologia. Topoi: Revista de História, Rio de Janeiro, 7 Letras, 2001, p. 131 – 173.

COLI, Jorge. O corpo da liberdade: Reflexões sobre a pintura do século XIX. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013

DIDI-HUBERMAN, Georges. Atlas ¿Cómo llevar el mundo a cuestas? Madrid: Reina Sofía, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Formes procesuelles: l’empreinte comme travail. Em: La ressemblance par contact: Archéologie: anachronisme et modernité de l’empreinte. Paris: Les éditions de minuit, 2008.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ninfa moderna. Saggio sul paneggio caduto. Trad. Aurelio Pino. Milano: Abscondita SRL, 2013.

GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. Pp. 143 – 179.

KEHL, Maria Rita. O tempo e o cão: atualidade das depressões. São Paulo: Editora Boitempo, 2009.

MARRAUD, Hélène. Rodin revealing hands. Paris: Musée Rodin, 2011.

MARTI, Octavi. El arte pensado sólo para especialistas está condenado a muerte. El País, dezembro de 2005. Disponível em: https://elpais.com/diario/2005/12/24/babelia/1135382776_850215.html. Acesso em: novembro de 2014.

NANCY, Jean-Luc. O vestígio da arte. In: HUCHET, Stéphane (Org.). Fragmentos de uma teoria da arte. São Paulo: Edusp, 2012, p. 289 – 306.

PARCERISAS, Pilar. Duchamp en España: las claves ocultas de sus estancias en Cadaqués. Madrid: Siruela, 2008. (Biblioteca azul Serie mínima, 23).

RAMPLEY, Mathew. Aby Warburg y el cine. Revista Carta, Madrid, nº 2, primavera-verão 2011. Disponível em: http://www.museoreinasofia.es/publicaciones/revista#numero-2. Acesso em: setembro de 2014.

RILKE, Rainer Maria. Auguste Rodin. Buenos Aires: Editorial Poseidon, 1934.

SEBALD, W. G. Os anéis de saturno: uma peregrinação inglesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

WARBURG, Aby. Atlas Mnemosyne. Madrid: Akal Ediciones, 2010.

WARBURG, Aby. O nascimento de Vénus e a Primavera de Sandro Botticelli. Tradução de Artur Morão. Lisboa: KKYM, 2012.

Downloads

Publicado

28-07-2022

Como Citar

NUNES ABREU, H. Persistência do paradigma indiciário na gestualidade entre imagens científicas e imagens artísticas. ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 9, n. 1, 2022. DOI: 10.36025/arj.v9i1.29642. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/29642. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Variações sobre o Warburgiano / Variaciones sobre lo Warburguiano