Dama/Mulher, Cavalheiro/Homem: papéis e relações de gênero na dança de salão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v9i2.28757

Palavras-chave:

dança de salão, condução, identidade de gênero, sexualidade, cis-heteronormatividade

Resumo

As discussões acerca da temática da dança de salão têm crescido de forma intensa principalmente na observação de aspectos como condução, relação de força entre os pares e papéis de dama e cavalheiro. Este artigo propõe refletir e evidenciar algumas propostas desenvolvidas na área que buscam romper com a cisheteronormatividade vigente na dança de salão. Apresenta-se os estudos feministas vinculados ao debate acerca de gênero, discute-se as concepções de “cocondução” proposta por Jonas Feitoza, “dama ativa” elaborada por Míriam Strack e “condução compartilhada” de Carolina Polezi e, comenta-se acerca das milongas queer e gays, bem como suas influências na problematização dos conceitos de dama e cavalheiro. Considera-se que a problematização das relações entre dama e cavalheiro, condutor e conduzido ainda é incipiente em sua teoria e pouco aplicado nas práticas pedagógicas de dança de salão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Blois Nunes, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Professor de dança de salão desde 2006. Doutor em Educação, Mestre em História e Graduado em Educação Física e Dança pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel. Especialista em Linguaguens Verbo-Visuais e suas Tecnologias pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, IFSul, Pelotas. 

Maitê Peres de Carvalho, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Doutorado e Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Graduações em Fisioterapia e em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Realizou pesquisa de pós-doutorado em Epidemiologia pela UFPel.

Referências

ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1981.

BEAUVOIR, Simone. El segundo sexo. 6. ed. Traducción: Alicia Martorell. Madrid (ESP): Cátedra, 2015.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Amanhã (17) será celebrado o dia Internacional contra a homofobia. Brasília 16 maio 2014. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2014/05mai_16_lgbt.html. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Decreto nº8727 de 28 de abril de 2016. Dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília: Senado Federal, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8727.htm. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos. OMS retira transexualidade da lista de doenças e distúrbios mentais. 22 jun. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2018/junho/organizacao-mundial-da-saude-retira-a-transexualidade-da-lista-de-doencas-e-disturbios-mentais. Acesso em: 05 jun. 2022.

BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York: Routledge, 1990.

CAETANO, Ivone Ferreira. O feminismo brasileiro: uma análise a partir das três ondas do movimento feminista e a perspectiva da interseccionalidade. 2017. 23p. Artigo (Especialização em Gênero e Direito), Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistas/genero_e_direito/edicoes/1_2017/pdf/DesIvoneFerreiraCaetano.pdf. Acesso em: 17 jul. 2022.

CECCONI, Sofía. Los territorios de la milonga en Buenos Aires: estilo, generación y género. In: Jornada de Sociología de la UNLP, 6, 2010, La Plata (ARG). Anais. La Plata: UNLP, 2010. Disponível em: http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.5779/ev.5779.pdf. Acesso em: 12 jun. 2022.

DINIZ, André. Almanaque do samba: a história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

EFEGÊ, Jota. Maxixe: a dança excomungada. 2. ed. Rio de Janeiro: Funarte, 2009.

FEITOZA, Jonas Karlos de Souza. Dança de salão: os corpos iguais em seus propósitos e diferentes em suas experiências. 2011. 84p. Dissertação (Mestrado em Dança), Programa de Pós-Graduação em Dança, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/8141/1/DISSERTACAO%20JONAS.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 7. ed. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense, 2008.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade II: o uso dos prazeres. 8. ed. Tradução: Maria Thereza da Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1998.

FREIRE, Francisca Jocélia de Oliveira; ACCIOLY, Cecília Bastos da Costa. Em questões de gênero e normatividade, quantos passos avançamos no salão? PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v. 11, n. 22, maio/ago. 2021. DOI: 10.35699/2237-5864.2021.25827. Acesso em: 22 jul. 2022.

GOELLNER, Silvana Vilodre. Gênero. In: GOMES, Christianne Luce. Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 97-100.

LISKA, Mercedes. Argentine Queer Tango: dance and sexuality politics in Buenos Aires. Translated by Peggy Westwell and Pablo Vila. Lanham (USA): Lexington, 2017.

LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer – uma política pós-identitária para a educação. Estudos Feministas, Florianópolis, v.9, n.2, p.541-53, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/64NPxWpgVkT9BXvLXvTvHMr/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 jun. 2022.

MARION, Jonathan S. Ballroom Dance and Glamour. New York: Bloomsbury, 2014.

McKEE, Eric. Decorum of the minuet, delirium of the waltz: a study of dance-music relations in ¾ time. Bloomington: Indiana University, 2012.

NUNES, Bruno Blois. O Fascínio das Danças de Corte. Curitiba: Appris, 2016.

NUNES, Bruno Blois; FROEHLICH, Márcia. Cavalheiro/Dama, Homem/Mulher: revendo conceitos através de um olhar da prática de condução entre pares. In: Seminário Internacional de Gênero, Arte e Memória, 5, 2016, Pelotas. Anais. Pelotas: UFPel, 2016. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/artenaescola/eventos/publicados-anais-do-v-sigam/. Acesso em: 27 jun. 2022.

NUNES, Bruno Blois; FROEHLICH, Márcia. Um novo olhar sobre a condução na dança de salão: questões de gênero e relações de poder. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v.14, n.2, p.91-116, jan./abr. 2018. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10172. Acesso em: 27 jun. 2022.

PAZETTO, Debora; SAMWAYS, Samuel. Para além de damas e cavalheiros: uma abordagem queer das normas de gênero na dança de salão. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v.14, n.3, p.157-79, jul./set. 2018. Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10172/pdf. Acesso em: 27 jun. 2022.

PERNA, Marco Antonio. Samba de gafieira: a história da dança de salão brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Edição do autor, 2005.

POLEZI, Carolina; SILVEIRA, Paola Vasconcelos. Contracondutas no ensino e prática da Dança de Salão: a dança de salão queer e a condução compartilhada. Presencia, Montevideo (UY), n.2, p.67-83, 2017. Disponível em: https://www.stellamaris.edu.uy/revistapresencia/wp-content/uploads/2017/12/Polezi-Carolina.-Vasconcelos-Silveira-Paola.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.

SEIDMAN, Steven. Desconstruction queer theory or the under-theorization of the social and the ethical. In: NICHOLSON, Linda; SEIDMAN, Steven (Ed.). Social postmodernism: beyond identity politics. New York (USA): Cambridge University, 1999. p.116-141.

SILVEIRA, Paola de Vasconcelos. Pela urgência do fim da boa dama – os papéis de gênero na dança de salão. Anais ABRACE, v. 19, n. 1, p. 01-18, 2018. Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/abrace/article/view/3999/4099. Acesso em: 17 jul. 2022.

SOUZA, Marcos Aurélio da Cruz. A Dança popular no processo de formação do bailarino clássico e contemporâneo: estudo sobre a escola do teatro Bolshoi no Brasil. 2019. 291p. Tese (Doutorado em Motricidade Humana, Especialidade Dança), Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, Lisboa (PT), 2019. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/19570. Acesso em: 12 jul. 2022.

STRACK, Míriam M. Dama ativa e comunicação entre o casal na dança de salão: uma abordagem prática. 2013. 76p. Monografia (Especialização em Teoria e Movimento da Dança com Ênfase em Danças de Salão), Faculdade Metropolitana de Curitiba (FAMEC), São José dos Pinhais, 2013.

VALLE, Flávia Pilla do; ICLE, Gilberto. Contraconduta como criação jogos de enunciações na e sobre a dança. Repertório, Salvador, n.23, p.145-56, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revteatro/article/view/12765. Acesso em: 12 jul. 2022.

ZAMONER, Maristela. A heterossexualidade na dança de salão. Dança em Pauta, Curitiba, nov. 2011a. Disponível em: http://site.dancaempauta.com.br/a-heterossexualidade-da-danca-de-salao/. Acesso em: 16 jun. 2022.

ZAMONER, Maristela. Dança de salão: a caminho da licenciatura. Curitiba: Protexto, 2005.

ZAMONER, Maristela. E se as damas conduzissem. Dança em Pauta, Curitiba, mar. 2011b. Disponível em: http://site.dancaempauta.com.br/e-se-as-damas-conduzissem/. Acesso em: 16 jun. 2022.

Publicado

03-12-2022 — Atualizado em 04-12-2022

Versões

Como Citar

NUNES, B. B.; CARVALHO, M. P. de. Dama/Mulher, Cavalheiro/Homem: papéis e relações de gênero na dança de salão. ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 9, n. 2, 2022. DOI: 10.36025/arj.v9i2.28757. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/28757. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Dramaturgias e Epistemologias Insurgentes na Dança