Inscrições do “eu” na paisagem: sobrevivências do autorretrato de costas
DOI:
https://doi.org/10.36025/arj.v9i1.29692Palavras-chave:
Paisagem, Autorretrato de costas, Pathosformeln, Marina Camargo, Augustus EarleResumo
A partir de interpretações propostas por Carlo Ginzburg e Georges Didi-Huberman, esse breve ensaio recorre a instrumentos de análise legados por Aby Warburg para a abordagem crítica de obras de arte. Emprega-se a noção de Pathosformeln em um estudo de caso específico, em que se aproximam vídeos e fotografias de uma jovem artista contemporânea, a brasileira Marina Camargo (Maceió, 1980), e uma aquarela de 1822, de autoria do viajante britânico Augustus Earle (1793-1838). No cerne, discute-se como artistas de épocas distintas e geografias remotas encontraram meio semelhantes de representação de paisagens que lhes eram estranhas e impactantes: incluíram a si mesmos na imagem, de frente para o cenário e de costas para o observador, valendo-se de algum humor, ou pelo menos de certa ironia.
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