Norteamentos da política de formação dos professores da educação básica no Brasil (2007-2014)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2018v56n49ID14405

Palavras-chave:

Política educacional, Formação de professores, Certificação de professores, Educação Básica

Resumo

O artigo objetiva explicitar, criticamente, norteamentos da política de formação dos professores para a educação básica brasileira, no período 2007-2014, apontando aproximações das indicações de organismos multilaterais e do governo federal brasileiro. Nessa direção, toma, como fonte e objeto de análise, documentos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Banco Mundial (BM) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), respectivamente. Articulada à literatura referente à política de formação de professores da educação básica na primeira década do século XXI, a análise das referidas orientações constata convergências das formulações do IPEA às da OCDE e BM, no que concerne à fragilização da formação inicial do docente, bem como aponta para o risco de a formação universitária ser substituída por certificações alternativas, ou por provas nacionais de ingresso no magistério, permitindo atrair profissionais de outras áreas para o exercício profissional como professores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Melânia Mendonça Rodrigues, Universidade Federal de Campina Grande

Unidade Acadêmica de Educação - Área de Política e Gestão da Educação

Referências

BALL, Stephen John.; BAILEY, Patrick; MENA, Paula; DEL MONTE, Pablo; SANTORI, Diego; TSENG, Chun-ying; YOUNG, Helen; OLMEDO, Antonio. A constituição da subjetividade docente no Brasil: um contexto global. Revista Educação em Questão, Natal, v. 46 n. 32, p. 9-36, maio/ago. 2013.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – CNE. Resolução CNE, nº 2, de 26 de junho de 1977. Dispõe sobre os programas especiais de formação pedagógica de docentes para as disciplinas do currículo do ensino fundamental, do ensino médio e da educação profissional em nível médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/ pdf/rcp002_97.pdf>. Acesso em: 10 jun 2016.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Acordo Marco de Cooperação com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Brasília, abr. 2015. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/component/tags/tag/15-ocde-organizacao-para-a-cooperacao-e-o-desenvolvimento-economico>. Acesso em: 14 out. 2015.

BRUNS, Barbara; LUQUE, Javier. Profesores excelentes: cómo mejorar el aprendizaje en América Latina y el Caribe. Grupo del Banco Mundial: Washington, DC, 2014. (Serie del Foro sobre Desarrollo de América Latina).

BRUNS, BÁRBARA. EVANS, David; LUQUE, Javier. Atingindo uma Educação de Nível Mundial no Brasil: próximos passos. Sumário Executivo. Publicações Banco Mundial. 2011. 8 p. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/ index.php?option=com_docman&view=download&alias=7289-banco-mundi al-pdf&category_slug =dezembro-2010-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 14 ago. 2013.

EVANGELISTA, Olinda; SHIROMA, Eneida Oto. Professor: protagonista e obstáculo da reforma. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33, n.3, p. 531-541, set./dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2014.

FAMILIAR, Jorge; TULUY, Hasan; DE LA TORRE, Augusto; COSTIN, Claudia. Prólogo. In: BRUNS, Barbara; LUQUE, Javier. Profesores excelentes: cómo mejorar el aprendizaje en América Latina y el Caribe Grupo del Banco Mundial : Washington, DC, 2014. p. XI-XII. (Serie del Foro sobre Desarrollo de América Latina).

FRIGOTTO, Gaudêncio. Novos fetiches mercantis da pseudoteoria do capital humano no contexto do capitalismo tardio. In: ANDRADE, Juarez de; PAIVA, Lauriana Gonçalves de (Org.). As políticas públicas para a educação no Brasil contemporâneo. Juiz de Fora: EDUFJF, 2011.

GRAMSCI, Antonio. Caderno do Cárcere 22: americanismo e fordismo. In: GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere: Temas de cultura. Ação católica. Americanismo e fordismo. Tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. (v. 4).

KUENZER, Acacia Zeneida. As políticas de formação: a constituição da identidade do professor sobrante. Educação & Sociedade, Campinas, v. 20, n. 68, p. 163-183, dez. 1999.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). O IPEA: Missão. Brasília, sd. Disponível em <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option= com_content&view=article&id =1227&Itemid=68>. Acesso em 06 abr. 2017.

LEHER, Roberto. Um novo senhor da educação? A política do Banco Mundial para a periferia do capitalismo. Outubro, São Paulo, n. 3, p. 19-30, fev. 1999. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2014.

MAUÉS, Olgaíses Cabral. A política da OCDE para a educação e a formação docente. A nova regulação? Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 1, p. 75-85, jan./abr. 2011. Disponível em: Acesso em: 26 set. 2013.

MELO, Adriana Almeida Sales de; SOUZA, Camila Azevedo; MELO, Marcelo Paula. Determinantes externos da formação para o trabalho simples. In: MARTINS, André Silva; NEVES, Lúcia Maria Wanderley (Org.). Educação básica: tragédia anunciada? São Paulo: Xamã, 2015.

NASCIMENTO, Paulo Meyer; SILVA, Carolina Andrade; SILVA, Paulo Henrique Dourado da. Subsídios e proposições preliminares para um debate sobre o magistério da educação básica no Brasil. Radar: tecnologia, produção e comércio exterior. Brasília, n. 32, p. 37-51, abr. 2014. (Edição Especial: Formação profissional e mercado de trabalho.

OCDE. Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Professores são importantes: Atraindo, desenvolvendo e retendo professores eficazes. São Paulo: Coedição Moderna/ OCDE, 2006.

PIRES, Valdemir. Economia da educação: para além do capital humano. São Paulo: Cortez, 2005.

RODRIGUES, Melânia Mendonça. Neoprodutivismo e amesquinhamento da formação docente. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 65, p.128-140, out. 2015. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ histedbr/article/ view/8642701>. Acesso em: 17 mar. 2017.

SAVIANI, Dermeval. História da ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007. (Coleção memória da educação).

SILVA, Maria Abadia de. Intervenção e consentimento: a política educacional do Banco Mundial. Campinas: Autores Associados/FAPESP, 2002.

SOUZA, Thaís Rabello de. (Con)formando professores eficazes: a relação política entre o Brasil e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 2009. 300f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009.

SQUEFF, Flávia de Holanda Schmidt. Apresentação. Radar: tecnologia, produção e comércio exterior, Brasília, n. 32, p. 5, abr. 2014. (Edição Especial Formação profissional e mercado de trabalho).

ZEICHNER, Kenneth. Políticas de formação de professores nos Estados Unidos: como e por que elas afetam vários países no mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

Publicado

17-10-2018

Como Citar

Mendonça Rodrigues, M. (2018). Norteamentos da política de formação dos professores da educação básica no Brasil (2007-2014). Revista Educação Em Questão, 56(49). https://doi.org/10.21680/1981-1802.2018v56n49ID14405

Edição

Seção

Artigos