Políticas públicas, gênero e currículo
notas para equidade
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n58ID21587Palavras-chave:
Currículo. Educação. Gênero. Política PúblicaResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre gênero, currículo e políticas públicas na experiência de elaboração do Plano Municipal de Equidade Gênero de Belo Horizonte. No contexto nacional de retrocesso nas políticas públicas de gênero, a área de educação tem sido duramente afetada, apesar de sua relevância na promoção da cidadania e no enfrentamento às violências sexistas. O texto analisa o Plano e os silenciamentos de gênero a partir dos estudos teóricos pós-críticos que destacam a dimensão relacional e discursiva de gênero em interface com o currículo. Para isso, foram selecionados e problematizados quatro relatos do diário de campo como norteadores da pesquisa teórica e empírica. Os resultados evidenciam convergências e divergências na concepção de políticas públicas de gênero entre poder público, movimento social, sociedade civil e academia. O estudo aponta que o Plano pode ser tomado como uma forma de existência e resistência no campo da equidade de gênero.
Downloads
Referências
ALVES, Cláudio Eduardo Resende e SOUZA, Magner Miranda de. Educação para as relações de gênero: eventos de letramento na escola. Curitiba: CRV, 2017.
ALVES, Cláudio Eduardo Resende. Caderno de palavras e de silêncios. Belo Horizonte/Brasil), 23 abr. 2019a.
ALVES, Cláudio Eduardo Resende. Caderno de palavras e de silêncios. Belo Horizonte/Brasil), 08 jun. 2019b.
ALVES, Cláudio Eduardo Resende. Caderno de palavras e de silêncios. Belo Horizonte/Brasil), 19 out. 2019c.
ALVES, Cláudio Eduardo Resende. Caderno de palavras e de silêncios. Belo Horizonte/Brasil), 20 mar. 2020.
AMARAL, Shirlena Campos de Souza e RIBEIRO, Adelia Maria Miglievich. A política de cotas e o acesso do negro à universidade pública: discursos e ideologias em confronto na comunidade científica, poder público e movimento social. CONFLUENZE Vol. 1, No. 2, pp 227-243, Dipartimento di Lingue e Letterature Straniere Moderne, Università di Bologna, 2009.
BARROS, Manoel de. Memórias Inventadas. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014.
BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Resolução CMDM nº 03, que dis-põe sobre o Plano Municipal de Equidade de Gênero. PBH, 2019.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2003.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2018.
CALDEIRA, Maria Carolina da Silva. Relações de gênero no currículo da formação de professoras para a alfabetização: uma análise do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. In: PARAÍSO, Marlucy Alves e CALDEIRA, Maria Carolina da Silva (Orgs.) Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidade. Belo Horizonte: Mazza Edições, p. 53 a 72, 2018.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis: Vozes, 2010.
COLLINS, Patricia Hill e BILGE, Sirma. Intersectionality. Cambridge. Malden: Polity Press, 2016.
D’ANDREA, Anna Cláudia Eutrópio Batista. Movimentos e Articulações: uma análise das iniciativas de formação de educadoras/es em sexualidade na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1989-2009). 2014, 234f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, 2014.
DAYRELL, Juarez. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs. Volume 1. São Paulo: Ed. 34, 1995.
FERREIRA, Mariana Azevedo de Andrade. Homens Feministas: A emergência de um sujeito político entre fronteiras contingentes. 2012, p. 93. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade Federal de Pernambuco, 2012.
GOHN, Maia da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, maio-ago, 2011.
GURGEL. Telma. Feminismo e luta de classe: história, movimento e desafios teórico-políticos do feminismo na contemporaneidade. Anais do Fazendo Gênero 9: Diásporas, Diversidades, Deslocamentos. Florianópolis: UFSC, 2010.
JESUS, Jacqueline Gomes. Trans-formações: poder e gênero nos novos tempos. Anais do Congresso Brasileiro de Psicodrama 18. Brasília: Federação Brasileira de Psicodrama, 2012.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Ministério da educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília, UNESCO, 2009.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da “ideologia de gênero”: a emergência de um cenário político e discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero. Psicologia Política, 18(43), p. 449-502, set/dez, 2018.
LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MACEDO, Fernanda dos Santos e DELL’AGLIO, Daniela Dalbosco. Seminário sobre Mulheridades e Políticas Públicas: desafios na efetivação da extensão universitária como política das diferenças. Revista de Extensão da UFRGS, n.18, p. 18-25, 2019.
MISKOLCI, Richard, Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
MISKOLCI, Richard e CAMPANA, Maximiliano. “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Revista Sociedade e Estado, v. 32, n. 3, set/dez, p. 725-747, 2017.
MOREIRA, Maria Ignez Costa. Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte. Diretrizes da Educação para as Relações de Gênero na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2015.
ONU MULHERES. Organização das Nações Unidas. Plataforma Cidade 50-50: todos e todas pela igualdade. 2016. Disponível em: https://www.cidade5050.org.br/ Acesso em: 25 mar. 2020.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Diferença no currículo. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.140, p. 587-604, mai/ago, 2010.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Fazer do caos uma estrela dançarina no currículo: invenção política com gênero e sexualidade em tempos do slogan “ideologia de gênero”. In: PARAÍSO, Marlucy Alves e CALDEIRA, Maria Carolina da Silva (Orgs.) Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidade. Belo Horizonte: Mazza Edições, p. 23 a 52, 2018.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Uma vida de professora que forma professores/as e trabalha para o alargamento do possível no currículo. Curitiba: Brazil Publishing, 2019.
PENNA, Fernando de Araújo. A tentativa reacionária de censura nos currículos escolares: compreendendo a subversão mútua entre as lógicas de socialização e subjetivação. Psicologia Política, 18(43), p. 557-572, set/dez, 2018.
PEREIRA, Ana Maria Caetano. Mudanças climáticas, gênero e vulnerabilidade: a experiência vivida dos moradores do Conjunto Paulo VI em Belo Horizonte/MG (Universidade Federal de Minas Gerais). 2019, 165f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. São Paulo: Artmed, 2000.
PRADO, Marco Aurélio Máximo e CORREA, Sônia. Retratos transnacionais e nacionais das cruzadas antigênero. Psicologia Política, 18(43), p. 444-448, set/dez, 2018.
PRECIADO, Paul Beatriz. ¿Quién defiende al niñx queer?. Barcelona: Macba, 2013.
PRECIADO, Paul Beatriz. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1 edições, 2014.
REY, Fernando González. Pesquisa qualitativa e subjetividade. São Paulo: Cengage Learnig, 2010.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. v. 20, n, 2, 1995.
SOUZA, Celina. Políticas públicas: questões temáticas e de pesquisa. Caderno CRH, Salvador, n. 39, jul./dez, 2003.
VIANNA, Cláudia Pereira. Gênero, sexualidade e políticas públicas de educação: um diálogo com a produção acadêmica. Pro-Posições, Campinas, v. 3, n. 2 (68), mai/ago, 2012.
WEBER, Florence. A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou: por que censurar seu diário de campo? Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 15, n. 32, p. 157-170, jul./dez., 2009.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Estudos Feministas, 2, p. 460-482, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
À Revista Educação em Questão ficam reservados os direitos autorais no tocante a todos os artigos nela publicados.
A Revista Educação em Questão reserva-se ao direito de não publicar artigos e resenhas de mesma autoria (ou em co-autoria) em intervalos inferiores há 1 (um) ano.