Planejamento como instrumento de intervenção: resgatando elementos para o debate
Abstract
O planejamento sempre esteve presente, de uma forma ou de outra, na atividade humana. Desde os seus primórdios, o homem lançou mão do planejamento para realizar tarefas as mais diversas. Os egípcios, por exemplo, dentro dos limites e do conhecimento de sua época, certamente utilizaram algumas técnicas de planejamento para conceberem e construírem as suas pirâmides. Poderíamos fazer referências a vários outros fatos históricos que evidenciam a presença do planejamento na atividade humana. Apenas mais um exemplo para ilustrar. A rota comercial do Báltico, financiada pelos banqueiros internacionais por volta do século XVI, constituía-se de programas de desenvolvimento econômico-administrativo regional, propondo a organização da infra-estrutura das cidades para suportar o movimento das feiras. Definia épocas mais propícias para os eventos em função do clima, das características sócio-culturais da população, determinando, também, os melhores produtos a serem comercializados. O planejamento, na sua perspectiva global e cienti-ficamente organizado, entretanto, está associado ao projeto de sociedade planificada que tem sua origem ligada à concepção de mundo socialista. Todavia, em decorrência da crise que se instala nas sociedades capitalistas, principalmente a partir do século XX, o planejamento passa a ser adotado nessas sociedades. Nesse contexto, a assertiva liberal — segundo a qual numa economia competitiva o mercado encarrega-se de ordenar automaticamente as demandas — estava sendo posta em xeque, em função das transformações que se operavam nas sociedades capitalistas.
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