COMO SE FAZ UM NEOCLÁSSICO NA SOCIOLOGIA
Joas, uma releitura “não funcionalista” do conceito parsoniano da generalização dos valores
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2019v2n24ID17480Resumo
Na teoria sociológica contemporânea, com frequência, a oposição entre universalismo e particularismo reaparece como uma questão de difícil resolução científica. Além da preocupação em se entender as condições de gênese dos valores, também se coloca a questão das condições objetivas de universalização
de determinados valores particulares. Em que medida os agentes sociais se guiam por critérios valorativos particularistas ou universalistas e sob quais condições, posições morais particulares podem se universalizar? Como se sabe, essa preocupação com a generalização dos valores recebeu na sociologia de Talcott Parsons o estatuto de problemática sociológica e foi explorada pelo sociólogo estadunidense ao longo de sua obra. Convém assinalar sua aplicação ao estudo dos quatro imperativos funcionais dos sistemas sociais. No entanto, recentemente, a problemática da generalização de valores vem recebendo diferentes atualizações teóricas em obras de nomes contemporâneos da sociologia. Em Habermas, a generalização dos valores é situada dentro de sua discussão sobre o processo de “linguistificação do sagrado”. Por conseguinte, em Hans Joas, reaparece vinculada ao tema da “comunicação referente a valores”. Não obstante, os dois sociólogos alemães convergem nos esforços de extrair o conceito de generalização de valores da moldura funcionalista onipresente na sociologia parsoniana. Mas a partir de estratégias diferenciadas. Neste ensaio, interessa-me examinar em particular o modo como Joas atualiza o conceito parsoniano de generalização de valores. E, na sequência, argumentar em defesa da atualidade de Parsons como um neoclássico das ciências sociais.
Palavras-chave: Sociológica Contemporânea. Neoclássico. Talcott Parsons. Generalização de valores.