Sobre a inconstância da alma jovem ou por que a juventude não está em crise?

Autores/as

  • João Btista De Menezes Bittencourt UNICAMP

Resumen

O presente artigo de conotação ensaística se propõe a refletir sobre o
fenômeno da transgressão juvenil na contemporaneidade. A ideia central é
questionar as inúmeras abordagens construídas por algumas vertentes da
sociologia e da psicologia, que continuam pautadas na afirmação de que a
juventude está em crise, seja pela saturação do imaginário moderno ou pelo
desaparecimento da autoridade simbólica. Buscamos apresentar a
transgressão como um movimento de ordem subjetiva, aqui apresentada sobre
uma perspectiva relacional, ou seja, algo produzido num intenso embate de
forças entre os mecanismos socializadores e a capacidade ?desejante? dos
indivíduos. A partir do aporte teórico construído pela chamada antropologia
simétrica Latour, Strathern, Ingold, Viveiros de Castro, propomos uma
interpretação diferenciada desse fenômeno, levando em consideração a
complexidade que reside nas manifestações juvenis; um convite a uma
antropologia da juventude que possibilite a compreensão daquilo que foge do
nosso olhar adulto-normativo. Não se trata de fazer uma apologia à
transgressão juvenil como algo benéfico, liberador, mas sim de compreendê-la
como parte da multiplicidade que caracteriza as culturas jovens. Para isso, é
preciso que deixemos de lado o velho modelo das representações de viés
platônico, que subordina a diferença às semelhanças, e que busca, através das
identidades, descartar o indizível, o inaudível e o invisível, por estes
provocarem ruídos desestabilizadores.

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Publicado

03-12-2013

Cómo citar

BITTENCOURT, J. B. D. M. Sobre a inconstância da alma jovem ou por que a juventude não está em crise?. Revista Inter-Legere, [S. l.], n. 6, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4566. Acesso em: 24 nov. 2024.