PERCEPÇÕES DE USUÁRIOS SOBRE HUMANIZAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM ESTUDO ANCORADO NA TEORIA DA DÁDIVA.
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-7286.2017v3n3ID13094Palabras clave:
Humanização da Assistência, Estratégia Saúde da Família, Participação Social.Resumen
Introdução: Os processos de adoecimento e saúde estão interligados desde o nível individual ao coletivo. Deve-se romper com fazeres tradicionais para alcançar uma dimensão mais integral, capaz de respeitar a subjetividade e o protagonismo do usuário. Objetivos: analisar as percepções dos usuários sobre a humanização na produção do cuidado em saúde na Estratégia Saúde da Família; identificar elementos que caracterizam práticas humanizadas e não humanizadas na produção do cuidado em saúde; e relacionar as percepções sobre humanização com as noções sobre clínica ampliada e participação social presentes na Política Nacional de Humanização. Métodos: pesquisa compreensiva-interpretativa (qualitativa), exploratória. Para construção dos dados foi utilizada a técnica de Grupo Focal juntamente com a Metodologia de Análise de Redes do Cotidiano (MARES), enquanto atividade interativa. Os dados foram analisados pela técnica de análise temática de conteúdo e interpretados a partir de aportes da Teoria da Dádiva. Resultados: as categorias encontradas relacionaram aspectos simbólicos e materiais: a qualidade dos circuitos de trocas; a responsabilização e o vínculo; o acolhimento enquanto escuta qualificada; a qualidade de comunicação e diálogo; o acesso e funcionamento da rede de serviços de saúde; a estrutura física e insumos; a ambiência para os espaços de cuidado. Conclusões: a humanização na saúde tem importância para o cuidado integral, reforçando movimentos humanescentes relacionados às práticas dos serviços de saúde. A participação dos usuários em um sistema de trocas recíprocas e positivas junto aos profissionais de saúde pode fazer circular a solidariedade no cuidar, com ressonância na qualificação do cuidado.Descargas
Citas
Boff L. Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes; 2004.
Ayres JRCM. Cuidado e reconstrução nas práticas de saúde. Interface (Botucatu). 2004; 8(14):73-92. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832004000100005.
Martins PH. Contra a desumanização da medicina: crítica sociológica das práticas médica modernas. Petrópolis: Vozes; 2003.
Mauss M. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: Mauss M. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify; 2003. p. 185-314.
Martins PH, Campos RBC. Polifonia do Dom. Recife: EDUFPE; 2006.
Martins PH, Cattani, AD. Sociologia da Dádiva. Sociologias. 2014; 16(36):14-21.
Martins PH. O movimento das terapias humanizantes: corpo, cultura e ressignificação do humano. In: Puttini RF, Albuquerque LMB. (Org.). Aventuras antropológicas no campo da saúde. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2013. p. 87-118.
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização e gestão do SUS. Brasília: MS; 2003.
Heller A. O cotidiano e a história. 4ª ed. São Paulo: Paz e Terra; 1992.
Benevides R, Passos E. Humanização na saúde: um novo modismo? Interface (Botucatu). 2005; 9(17):389-394.
Vilar RLA. Humanização na Estratégia Saúde da Família. São Caetano do Sul: Yendis; 2014.
Mauss M. Ensaio sobre a dádiva. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13. ed. edição. São Paulo: Hucitec, 2013.
Powell RA, Single HM. Focus groups. Int J Qual Health Care. 1996; 8(5)499-504.
Backes DS, Colomé JS, Erdmann RH, et al. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O mundo da saúde, 2011; 35(4):438-442.
Martins PH. MARES (Metodologia de Análise de Redes do Cotidiano): aspectos conceituais e operacionais. In: Pinheiro R, Martins PH. Avaliação em saúde na perspectiva do usuário: abordagem multicêntrica. Rio de Janeiro: CEPESC; Recife: EDUFPE; São Paulo: ABRASCO; 2009. p. 61-89.
Pasche DF, Passos E, Hennington EA. Cinco anos da política Nacional de Humanização: trajetória de uma política. Cienc Saude Colet. 2011; 16(11):4541-4548. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027.
Mauss M. Ensaios de sociologia. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
Sabourin E. Teoria da reciprocidade e sócio-antropologia do desenvolvimento. Sociologias. 2011; 13(27):24-51.
Melo RHV, Felipe MCP, Cunha ATR, Vilar RLA, Pereira EJS, Carneiro, NEA, et al. Roda de Conversa: uma Articulação Solidária entre Ensino, Serviço e Comunidade. Rev. Bras. Educ. Méd. 2016; 40(2):301-309. https://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v40n2e01692014.
Martins, PH. MARES: Desafios do mapeamento metodológico das novas subjetivações do cotidiano. In: Pinheiro R, Martins PH. Usuários, redes sociais, mediações e integralidade em saúde. Rio de Janeiro: CEPESC; 2011. p. 75-87.
Starfield, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologias. Brasília: Ministério da Saúde; 2003.
Lopes AS, Vilar, RLA, Melo RHV, França R. O acolhimento na Atenção Básica em saúde: relações de reciprocidade entre trabalhadores e usuários. Saúde debate, 2015; 39(104):114-123.
Rocha G. Mauss e a educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2011. (Coleção Pensadores e Educação).
Pimentel A. A atitude etnográfica na sala de aula: descolonizando os processos de ensino. REALIS, 2014; 4(2):49-71.
Descargas
Archivos adicionales
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
À Revista Ciência Plural ficam reservados os direitos autorais referente a todos os artigos publicados.