EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE AUTONOMIZAÇÃO DOS SUJEITOS COMPONENTES DAS MASSAS PARA A SUPERAÇÃO DA PATOLOGIA DA COLONIZAÇÃO DO MUNDO VIVIDO

Autores

  • Gabriel Bittar Domingues Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Resumo

O presente artigo tem por objetivo a discussão da problemática encontrada na colocação de Habermas sobre uma arte crítica que adentra os lares das massas, cumprindo seu papel de alertar sobre os problemas sociais e existenciais por meio da própria indústria cultural, já que para Habermas dever-se-ia compreender primeiramente a existência de uma momentânea (e passível de superação) dominação do mundo vivido pelo sistema, chamada Kolonialisierung (colonização) e que, no que concerne à arte, faria com que a obra artística crítica perdesse sua autonomia e se tornasse objeto de lucro da indústria. Questionou-se aqui a maneira pela qual a massa ou o sujeito componente da massa poderia compreender tal crítica presente na arte de forma que ela realmente causasse os efeitos esperados pelo autor no sujeito da massa, uma vez que Habermas pensa a autonomização da arte em si, que se dá pelo trabalho do autor, e não a autonomização do ensino, que faria com que o sujeito problematizador e que se aceita como parte do mundo pudesse aperceber a mensagem levando em consideração que este sujeito não precise ter o conhecimento da teoria estética, pois se trata de uma parte da massa em geral. Entra aí então Freire para nos apresentar uma pedagogia voltada a formar esse sujeito problematizador crítico. Para a escrita deste artigo foi realizada uma revisão bibliográfica composta por artigos científicos, livros de Freire e livros Habermas, bem como obras importantes que discutem a junção dos dois pensadores. Percebeu-se que a teoria de Habermas possui sua completude no encontro com a pedagogia libertadora freireana, pois a autonomização das esferas (arte, moral e ciência), no que concerne à arte, ainda não se mostra suficiente para que se tenha certeza de que essa arte se fará compreender para a população em geral e, portanto, não oferece certeza da prática decorrente da percepção da crítica ou sequer da percepção, correndo o risco de ser também conservadora e elitista como a teoria que o próprio pensador critica, que é a de Adorno e Horkheimer. Se essa teoria se complementa, no entanto, com a pedagogia crítica freireana, então os sujeitos da massa passam a ter aparato crítico e uma já estabelecida prática da consciência de ser humano perante o mundo vivido, i.e., a vontade de problematizar e compreender o que se passa no mundo e nas relações intersubjetivas decorrentes dos fenômenos que se lhe apresentam, o que completa a teoria habermasiana neste ponto.

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Biografia do Autor

Gabriel Bittar Domingues, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Acadêmico do curso de Filosofia e bolsista de Iniciação Científica (PIBIC)

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Publicado

25-09-2017

Como Citar

BITTAR DOMINGUES, G. EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE AUTONOMIZAÇÃO DOS SUJEITOS COMPONENTES DAS MASSAS PARA A SUPERAÇÃO DA PATOLOGIA DA COLONIZAÇÃO DO MUNDO VIVIDO. Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e Educação, [S. l.], n. 16, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/11060. Acesso em: 24 abr. 2024.