SAINSBURY E A TESE DA IMERSÃO LINGÜÍSTICA

Autores

  • Adriano Marques da Silva

Resumo

No artigo Understanding as immersion R. M. Sainsbury apresenta alguns argumentos contra a tese de que os seres humanos possuem capacidades cognitivas que possam ser satisfatoriamente caracterizadas como conhecimento tácito de uma linguagem natural. Ou melhor, Sainsbury nega que exista algum critério náo convencional que permita definir a relaçáo entre os falantes e o sistema abstrato de regras que caracteriza sua língua materna. Segundo Sainsbury, o processo de imersáo em uma comunidade linguística fornece todas as condições, necessárias e suficientes, para explicar o tipo de relaçáo existente entre um falante individual e o sistema de regras de uma língua natural. Nesta comunicaçáo visamos discutir os argumentos apresentados por Sainsbury e buscaremos mostrar que eles náo estabelecem a tese da imersáo lingüística. Sugerimos que, embora náo seja plausível definir o conhecimento lingüístico como uma relaçáo proposicional (i.e. uma relaçáo entre falante e entidades abstratas que independem dos falantes), náo se segue que náo exista conhecimento da linguagem natural. Argumentamos que esse conhecimento pode ser definido, grosso modo, como uma propriedade, ou melhor, como conhecimento disposicional dos padrões de processamento de inputs linguísticos. Por fim, salientamos a importância do emprego de uma metalinguagem técnica para representar os fenômenos presentes no processamento linguístico. 

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Publicado

22-12-2010

Como Citar

SILVA, A. M. da. SAINSBURY E A TESE DA IMERSÃO LINGÜÍSTICA. Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e Educação, [S. l.], v. 3, n. esp, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/844. Acesso em: 23 dez. 2024.