SCHOPENHAUER E O MITO DO PECADO ORIGINAL: ACERCA DA VONTADE COMO QUERER-SER
Resumo
Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a única verdade metafísica do Antigo Testamento, qual seja, que a existência humana testemunha uma “culpa”; sua vida, uma expiaçáo. Por sua vez, a culpa que no mundo se expia náo consiste na transgressáo de uma lei, tampouco uma decorrência de um dar-as-costas-ao-criador. Náo se vive, náo se é e náo se age por dever, e nisto consiste o fato de sermos o que náo deveríamos ser. A dívida que aí se contrai e paga com a morte tem como credor a própria vontade de viver. O homem deve a si mesmo sua presença no mundo, ou, melhor dito, o próprio fato de viver no mundo como representaçáo sua. Esse querer originário, pelo qual unicamente se “cai” no mundo da vida, apresenta-se em última instância como um querer-ser de uma vontade que é, em si mesma, como um nada sem fim, sem começo e sem razáo. Apenas pela existência, e no próprio fato de existir, se estabelece algo como uma responsabilidade por ser, irremissível a qualquer lei ou outro ente senáo aquele que já somos.
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