A dança sagrada que vem de Angola: um saber-ser dançante no Reinado de Nossa Senhora do Rosário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v10i1.28914

Palavras-chave:

Reinado de Nossa Senhora do Rosário, Reino Treze de Maio, dançante, Guarda de Moçambique, Guarda de Congo

Resumo

Neste artigo, tratamos sobre a Festa do Rosário, manifestação da religiosidade popular, de origem Bantu, muito presentes no território mineiro. Nos referimos particularmente à Guarda de Moçambique e Congo do Reino Treze de Maio, grupos que praticam a Massamba, “dança sagrada que vem de Angola”, entre outras toadas (cantos dançados), ritmos e movimentos que compõem as imagens, saberes, sabores e sonoridades do Reinado. As movências desta festa designam o que fazem os corpos na tradição do Reinado e a forma como esses corpos interagem com o público. Para realizar este trabalho, foram feitas pesquisas de campo junto ao Reino Treze de Maio, cujos relatos se expressam na perspectiva de uma participante da festa e de um dançante do Reino. 

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Biografia do Autor

Thaíse Valentim, Centro Universitário Salesiano de Vitória (UniSales)

Professora Universitária, doutora em Comunicação Social e Ciências da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais e Université Paris III Sorbonne Nouvelle, com graduação em Comunicação Social – Jornalismo (Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, UnilesteMG) e mestrado em História Social e Cultural (Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines). Coordena a Plataforma Lince, órgão de assistência jurídica e inclusão social para refugiados, migrantes e apátridas e cocoordena o grupo de pesquisa Ateliê de Sonoridades Urbanas (UFES). Possui experiência em ensino, pesquisa, extensão universitária e inovação social, na execução de projetos interdisciplinares nas áreas de Comunicação Social, Direito e Tecnologia da Informação, que foram premiados como melhores projetos e práticas institucionais (Centro Universitário Salesiano, UniSales). Trabalha com temáticas relacionadas à mediação cultural, sonoridades, territorialidades e diversidade cultural.

 

Felipe Saldanha Odier, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Felipe Saldanha Odier, artista indisciplinar, referenciado pelo heterônimo Mamutte, é autor dos álbuns Quase-disco e Epidérmico, dentre outras produções em palavra, movimento, som e imagem. Atua no campo teórico e prático da arte contemporânea, com ênfase nas artes do corpo, da performance, da música popular, da etnomusicologia, dos processos de criação e de suas relações interartes. Doutorando em Estudos Contemporâneos das Artes pela Universidade Federal Fluminense, é Mestre em Artes pela Universidade do Estado de Minas Gerais, Licenciado em Artes Visuais pela Escola de Design da mesma instituição e Especialista em Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.

 

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Publicado

17-05-2023

Como Citar

MADEIRA, T. V.; ODIER, F. S. A dança sagrada que vem de Angola: um saber-ser dançante no Reinado de Nossa Senhora do Rosário. ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 10, n. 1, 2023. DOI: 10.36025/arj.v10i1.28914. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/28914. Acesso em: 25 abr. 2024.