Aprendizes de ficção
sobre o ler e o escrever histórias na escola
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2023v61n70ID33843Palavras-chave:
Histórias de ficção, Criança, Mediação de leitura, Leitura de literaturaResumo
O artigo apresenta um recorte de pesquisa qualitativa sobre a elaboração de narrativas de ficção por crianças, realizada numa turma do 5º ano do ensino fundamental, de uma escola pública do Rio Grande do Norte, Brasil. Tem por objetivo refletir sobre os efeitos da leitura de literatura e da interlocução entre os pares no processo de construção de histórias. A investigação fundamentou-se nos estudos sobre literatura (Candido, 2012), leitura de ficção (Amarilha, 2013 e 1997; Jauss, 1994; Eco, 1994), mediação pedagógica e produção textual (Vigotski, 2007; Graves e Graves, 1995; Calkins, 1989). O desenho da pesquisa compreendeu sessões de leitura da obra Fazendo Ana Paz, de Lygia Bojunga, e encontros para escrita, discussão e reescrita de histórias de ficção. A análise dos dados revelou que a leitura de literatura, sob a metodologia da andaimagem, favoreceu a liberdade de criação de histórias pelos aprendizes, que recorreram às referências literárias para escrever narrativas que apresentaram novas escolhas quanto ao tipo de narrador, uso do tempo, desfecho, dentre outros aspectos. A escolha da obra literária (Bojunga, 2007), de caráter metaficcional, repercutiu, de sobremaneira, nos novos sentidos atribuídos pelos aprendizes à atividade da escrita. Também foi constatado o efeito da interação entre os pares e a professora-pesquisadora nos processos de escrita e revisão textual, mediante as investidas das crianças na constituição de suas narrativas de ficção, desencadeadas pelas conferências de escrita.
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