Em defesa do ensino
o comum e a abertura existencial em meio aos algoritmos digitais
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2023v61n70ID33919Palavras-chave:
Ensino, Skholé, Algoritmos Digitais, ComumResumo
Este artigo tem por intuito contrastar à subjetividade que emerge da lida cada vez mais prolongada com os algoritmos digitais características daquilo que Jan Masschelein e Maarten Simons atribuem à escola. Para tanto, opomos a possibilidade de sair de si – ou seja, a "suspensão" – e a de viver um mundo comum – a "profanação" – oferecida aos alunos pela skholé ao que a pesquisadora Fernanda Bruno enxerga como o "sequestro do futuro" e o "confisco do comum", efeitos quase inevitáveis do modelo de negócios das redes sociais. Além disso, ao fim do texto, recorremos à etimologia de "ensinar" a fim de inferir algumas possibilidades de ação docente em meio ao cenário contemporâneo. Ensinar, como queremos defender, é in-signare, é colocar signos, o que pressupõe, por um lado, o reconhecimento de que o mundo e a realidade (e, portanto, os conteúdos ensinados) não são autoevidentes e, por outro, uma disposição para a criação de algo comum, comunicável – essas duas dimensões, a nosso ver, são fundamentais para uma escola que faça frente à subjetividade algorítmica.
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