Mulheres da Escola Doméstica Nossa Senhora do Amparo
a primeira turma de 1871
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2025v63n78ID41166Palavras-chave:
Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, Padre Siqueira, Formação de mulheres, Educação feminina oitocentistaResumo
O artigo tem como objetivo analisar o percurso da primeira turma de mulheres que ingressaram na Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, no ano de sua inauguração, 1871, enfocando as profissões que exerceram a partir da conclusão dos seus estudos. Em um plano mais específico, evidenciam-se a entrada e a saída das alunas, suas procedências, idades, protetores, as doenças que as atingiram, as capacidades apreendidas e outras anotações constantes dos registros individuais de cada uma. Trata-se de uma pesquisa histórico-documental, cujos procedimentos metodológicos remetem a duas fontes principais: o primeiro Livro de Matrículas da Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo de 1871 a 1893; e o Livro de Registro de Saída das alunas. As análises das fontes permitiram inferir resultados com base em aspectos teóricos da micro-história (Ginzburg,1976), oferecendo detalhes mais próximos dos acontecimentos. A escola, construída em Petrópolis, tinha como expectativa formar mulheres aptas para trabalhar e obter o seu próprio sustento, em uma época que a concepção de educação feminina era voltada apenas para a condição de esposa e mãe.
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