As manifestações do patriarcado no libelo acusatório do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n2ID23670Resumo
Segundo as lições de Saffioti (1987; 2011) e Pateman (1993), o patriarcado é uma forma estruturante de nossa sociedade e se manifesta não apenas nas relações privadas, mas, também, nos espaços públicos. A exclusão de mulheres do espaço político é apenas uma das diferentes formas de manifestação desse patriarcado. O libelo acusatório como parte integrante do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e como um gênero discursivo produzido pela atividade jurídica, não está alheio às condições extraverbais de sua produção. Nesse estudo, utilizamos a perspectiva teórico-metodológica de análise dos gêneros discursivos desenvolvida por Bakhtin e o Círculo, além dos estudiosos contemporâneos de suas obras, para analisar o libelo acusatório do processo de impeachment percebendo as manifestações do patriarcado. Nossas conclusões são de que esse gênero discursivo integrante do processo de impeachment se valeu de uma forma jurídica estilisticamente aceita, da construção composicional e do conteúdo temático próprios da acusação processual, para legitimar o discurso patriarcal de exclusão da mulher dos espaços públicos e dos cargos de poder.
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