Um estudo de painel sobre a palatalização de /t/ e /d/: o papel das variáveis linguísticas
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2022v24n1ID27773Resumo
A palatalização das oclusivas dentais/alveolares no Português Brasileiro (doravante PB) é bastante recorrente, mas não em todas as regiões do país. A forma africada, uma tendência natural das línguas, nem sempre é a forma mais utilizada, convivendo com exemplos do tipo "[t]ia" vs. "[t?]ia" e "[d]ia" vs. "[d?]ia". O objetivo desse artigo é discutir, a partir de um estudo em painel nos moldes labovianos, resultados que foram obtidos na comunidade de fala de João Pessoa, revisitando quatro informantes que fizeram parte do corpus original do Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba (VALPB). A fala desses participantes foi comparada a partir de gravações feitas pelo VALPB em 1993 e 2015. Foram consideradas as seguintes variáveis linguísticas: vozeamento da oclusiva, contexto fonológico precedente, tonicidade e categoria gramatical. Os resultados mostram que, na amostra de 2015, as seguintes variantes induziram de maneira significativa a palatalização: "[?]", na variável contexto precedente, “desvozeado”, na variável vozeamento, e "postônica", na variável tonicidade. A variável categoria gramatical, por outro lado, não foi estatisticamente significativa para a indução da palatalização na amostra de 2015.
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