ECOLOGIA DOS SABERES
A INTERDISCIPLINARIDADE PARA PENSAR A EDUCAÇÃO E SEUS DIÁLOGOS
DOI:
https://doi.org/10.21680/1984-3879.2023v23n3ID32405Palavras-chave:
ecologia dos saberes; interdisciplinaridade, educaçãoResumo
Desde a modernidade, quando falamos em ciência, estamos nos referindo a um conhecimento pretensamente verdadeiro, objetivo e de método universal, que lhe é garantido cada vez mais pela separação dos saberes para especialistas. No entanto, o método científico, a divisão disciplinar do conhecimento e suas categorias que garantem validade de uma teoria, partem de um contexto, de uma perspectiva e, como tudo que é produto humano, não pode ser neutro e universal, tampouco, apolítico. A proposta de uma ecologia dos saberes nos remete a essa realidade plural do conhecimento e a necessidade de valorização de saberes que partem de várias perspectivas e lugares de fala. A escola, como espaço privilegiado de produção e “reprodução” de conhecimentos, deve ser pensada e vivida neste espaço amplo, social, científico e político dos saberes. Negar os diferentes elementos que compõem a educação escolar e restringi-la a uma única perspectiva, é também negar sua realidade. Assim, este ensaio busca refletir acerca deste diálogo de um saber pós-abissal na pesquisa e na educação num contexto de neoliberalismo. Como fundamento bibliográfico, autores como Boaventura de Sousa Santos (2007); Terry Shinn (2008), Ivani Fazenda (1994), Olga Pombo (2006), mas também Silvio Gallo (2019), Bernard Charlot (1983) e Libâneo (1984). Mais do que nunca, pensar a instituição escolar, espaço de construção de conhecimento, mas também de cidadania, como foco de pesquisa e compreensão das relações e ideologias nela presentes é algo fundamental para a manutenção não de um regime político democrático, mas de uma sociedade democrática.
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