BENJAMIN VAI À PRAIA
Abstract
Desde 2012 ocorre na cidade do Natal, promovido pela Casa da Ribeira, o ArtePraia, um concurso artístico que visa intervenções artísticas efêmeras nas praias da cidade. Ao longo desse período, as propostas versaram sobre, ora apropriação do olhar do frequentador e a modificação à partir de uma interferência estética, ora sobre a apropriação dos elementos da praia com o intuito a uma nova organização. Concebe-se, talvez, à partir dessas propostas a busca de uma “consciência” sobre o lugar da arte, sobre a participação do espectador e sobre a função da arte na contemporaneidade. Partindo do conceito de aura, ou melhor do diagnóstico do desaparecimento da aura na modernidade, proposta por Benjamin, tendo como parâmetro uma distância que se faz próxima, ou toda uma concepção de mundo que aparece como ruína, signo da modernidade, faremos uma leitura da relação dessas obras, inserindo-as num debate contemporâneo sobre o papel da arte, visto que elas, analogamente às “obras auráticas”, aparecem num lugar determinado e só possui seu sentido aí, mas de outra forma que não a antiga. Talvez, até irônica, paródica. Ao diagnosticar o desaparecimento da aura, Benjamin estava já propondo uma nova relação com a arte, enveredando pela politização da estética, lembrando que, para isso, mas do que comparações sobre as diferentes formas artísticas, modelo ainda em voga para acusar a arte contemporânea, definir o que é essa nova forma artística que se nos apresenta hodiernamente, significaria identificar os seus próprios parâmetros ao fazer a análise dessas obras imanentemente.Downloads
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