As figuras do diabo no discurso pedagógico
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2018v56n48ID15171Palavras-chave:
Diabo, Educação, Discurso pedagógicoResumo
O discurso pedagógico não pode deixar de dizer o que é o Bem, visto que a vida é uma negociação permanente entre desejo e norma. Mas sempre existe uma defasagem entre o projeto e seus resultados e neste espaço nasce a suspeita de uma intervenção do Mal. Trata-se de um Mal radical, do diabo como tentador, sedutor e rebelde. O artigo analisa figuras sucessivas do diabo ao longo da história da pedagogia. Na pedagogia "tradicional" cristã, a criança, corrupta por natureza, é assediada pelo diabo. A República laiciza o diabo: a Razão deve vencer a selvageria natural da criança. A seguir, vem a figura da criança angélica da pedagogia "nova" – que não resolve a questão da relação entre desejo e norma. Hoje, a sociologia da reprodução dá figura social ao diabo, o discurso pedagógico some em proveito do "mercado livre" e da avaliação, mas o diabo volta como loucura burocrática, violência escolar, discursos de ódio contra o "gênero" e a reflexão sociopolítica.
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