A formação humana em Nietzsche
entre o “conhecer-se” e o “tornar-se o que se é” no cultivo de si
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n56ID21495Palavras-chave:
Cultura. Educação. Formação. Nietzsche.Resumo
O artigo trata de uma problemática clássica, a partir da máxima do “Conhece-te a ti mesmo”, descrita no Templo de Delfos, e do imperativo “Tornar-se o que se é” escrito por Píndaro. O delineamento metodológico se caracterizou na pesquisa bibliográfica, assumindo uma abordagem qualitativa nas análises conceituais e filosóficas. Disso resultou a percepção de que a máxima do “Conhece-te a ti mesmo” contribuiu para a decadência cultural e originou uma consciência gregária e de espírito de rebanhos. Por sua vez, Nietzsche propõe o inverso: “Tornar-se o que se é”, como uma tragédia educativa no sentido de encarar a vida, como um saber de si e de um querer-se diferente, tratando-se da plena realização do ser humano. Conclui-se que o caminho para uma transformação da Bildung que ocorre a partir da máxima do “Tornar-se o que se é”, como condição para o surgimento dos espíritos livres que conquistaram a si próprios por uma formação do auto educar-se ou do cultivo de si.
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