A formação humana em Nietzsche

entre o “conhecer-se” e o “tornar-se o que se é” no cultivo de si

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n56ID21495

Palavras-chave:

Cultura. Educação. Formação. Nietzsche.

Resumo

O artigo trata de uma problemática clássica, a partir da máxima do “Conhece-te a ti mesmo”, descrita no Templo de Delfos, e do imperativo “Tornar-se o que se é” escrito por Píndaro. O delineamento metodológico se caracterizou na pesquisa bibliográfica, assumindo uma abordagem qualitativa nas análises conceituais e filosóficas. Disso resultou a percepção de que a máxima do “Conhece-te a ti mesmo” contribuiu para a decadência cultural e originou uma consciência gregária e de espírito de rebanhos. Por sua vez, Nietzsche propõe o inverso: “Tornar-se o que se é”, como uma tragédia educativa no sentido de encarar a vida, como um saber de si e de um querer-se diferente, tratando-se da plena realização do ser humano. Conclui-se que o caminho para uma transformação da Bildung que ocorre a partir da máxima do “Tornar-se o que se é”, como condição para o surgimento dos espíritos livres que conquistaram a si próprios por uma formação do auto educar-se ou do cultivo de si.

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Biografia do Autor

Anderson Luiz Tedesco, Unochapecó

Professor do Colégio La Salle de Xanxerê e Pesquisador em estágio Pós-doutoral na Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó). Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Ivan Luís Schwengber , Universidade de Passo Fundo

Doutorando no Programa de Pós Graduação, Faculdade de Educação, Universidade de Passo Fundo.

Elcio Cecchetti, Unochapecó

Professor do Mestrado em Educação da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

25-08-2020

Como Citar

Tedesco, A. L., Schwengber , I. L., & Cecchetti, E. (2020). A formação humana em Nietzsche: entre o “conhecer-se” e o “tornar-se o que se é” no cultivo de si. Revista Educação Em Questão, 58(56). https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n56ID21495

Edição

Seção

Artigos