Controle e resistência do magistério capixaba (1908-1909)
“o drama da professora Joanna Passos”
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n58ID21595Palavras-chave:
Magistério público. História da educação. Espírito Santo. Mulheres professoras.Resumo
Este artigo Investiga o processo singular de resistência da professora Joanna Passos, em face da sua demissão do exercício do magistério público, no contexto da Reforma Educacional instituída no Espírito Santo por Carlos Alberto Gomes Cardim (1908-1909), focalizando “estratégias jogadas” (LEVI, 2000) pela docente, analisadas nas relações entre elementos biográficos e contextuais. Utiliza, como fontes, documentos governamentais, cartoriais e matérias jornalísticas, pela perspectiva da análise micro-histórica (LEVI,1996, 2000). Em contraste com o ideário republicano expresso em discursos oficiais, considera que a inconformidade da professora evidencia arbitrariedades do Poder Público, que sustentavam práticas coronelistas, como o autoritarismo, o nepotismo, ataques morais, interesses privados clientelistas e elitistas, que afetavam a prestação de serviços públicos educacionais. Nesse contexto, a resistência da professora, largamente estampada na imprensa e acompanhada com interesse por segmentos da sociedade capixaba, coloca em questão margens de possibilidades de escolhas conscientes que, segundo Levi (1996), alimentam mudanças.
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