Pesquisas com os cotidianos da Educação
problematizações e invenções de mundos
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2023v61n70ID34627Palavras-chave:
Pesquisa, Devir, Cartografia, ConversaResumo
O artigo objetiva problematizar o modelo de pesquisa em Educação que, ao supor uma realidade preexistente, com seus dados aguardando para serem coletados, enfatiza a necessidade de práticas descritivas, explicativas e/ou analíticas, nas quais a escrita, assumida como atestado de veracidade do acontecido, institui-se por meio de um autor-autoria dotado de uma consciência plena e fundadora, capaz de criar formas de representação da realidade. De modo diferente, apostamos em uma dimensão de pesquisa como devir, com destaque para as cartografias de conversas, que nos lança em meio às experimentações com os cotidianos e nos incentiva a seguir fluxos, a acompanhar processos e a nos enredar em movimentos de diluição dos sujeitos-rostidades, interessados que estamos muito mais nas poéticas das forças do habitável e nas reverberações dos acontecimentos, do que na defesa do protagonismo das identidades conscientes. Desse modo, o artigo defende uma aposta ético-estético-política para as pesquisas com os cotidianos como possibilidade de invenção de mundos mais plurais e inclusivos na Educação.
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