Criança ? Infância portuguesa nos dicionários e discursos socioeducativos e jurídicos (Séc. XIX-XX)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2021v59n60ID25075

Palavras-chave:

Conceção de criança e infância, Outra infância, Representação social, Discurso socioeducativo e jurídico

Resumo

O estudo histórico-educativo analisa conceções da criança/infância portuguesa existentes em dicionários e discursos júrídico-sociais e educativos, no período do séc. XIX e inícios do XX, com uma referência à ’outra infância’, aquela que se encontrava fora das normas ou à margem da sociedade. Norteados por uma metodologia hermenêutica analisaremos essas conceções, sabendo que não há uma só criança ou uma só infância, mas sim crianças/infâncias diferenciadas e transformadas pelas circunstâncias e imposições sociais de cada época. Os objetivos diluem-se nos três pontos do texto: compreender os significados etimológicos/conceções nos dicionários sobre a criança/infância; analisar a conceção e nomenclaturas da ‘outra infância’; aprofundar o sentido de ‘outra infância’ nos discursos jurídico-sociais e educativos sobre a sua proteção e as medidas de intervenção. A criança/infância são construções sociais pertencentes a um tempo sociohistórico e cultural e duma sociedade, que originaram  enfoques e valorizações para a História (Social) da Infância ou da Educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ernesto Candeias Martins, Instituto Politécnico de Castelo Branco

Professor com Título de Agregado, Doutor em Educação/Ciências da Educação no domínio da História da Educação Social, docente no IPCB, desde 1988, tendo exercido vários cargos nos diversos órgãos institucionais.
Pertence a comissões científicas de mestrados na ESECB, sendo atualmente coordenador do Mestrado de Intervenção Social Escolar. Foi professor convidado por várias universidades estrangeiras (Salamanca, Palma de Mallorca, Ferrara, Sevilla, Murcia, Badajoz, etc.). É investigador integrado no Centro de Investigação – CeiED da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa), onde tem participado
em vários projetos. Foi coordenador institucional do Projeto Transfronteiriço entre IPCB/Universidade de Extremadura (Spain) do ‘Programa de Inteligência Emocional em alunos da Educação Básica na Região de Castelo Branco’ (2011-2016) em Agrupamentos de Escola do Distrito de Castelo Branco.
É Presidente da Associação HiscultEduca (Castelo Branco/Portugal) dedicada a estudos histórico-culturais, educativos e patrimoniais com vários projetos e ações em curso. É membro de várias sociedades de ciências da educação e/ou história da Educação, por exemplo, da Sociedad de Pedagogía Española, SPCE e Associação de História da Educação em Portugal, etc. Escreveu mais de uma centena de artigos científicos, uma dezena de livros, capítulos e outras publicações.

Referências

ARIÈS, Philippe. A criança e a vida familiar no Antigo Regime. Lisboa: Relógio d’Água, 1988.

AULETE, Francisco Júlio de Caldas. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora S.A., 1958 (v. I a v. IV).

BASTOS, José Timóteo da Silva. Diccionário etymológico, prosódico e orthográfico da língua portugueza. 2. ed. Lisboa: Parceria A. M. Pereira, 1913.

CHARTIER, Roger. El mundo como representación. Barcelona: Editora Gedisa, 2002.

CONSTÂNCIO, Francisco Solano. Novo diccionário crítico e etymologico da língua portugueza. Paris/Lisboa: Ângelo Francisco Carneiro, 1844.

COSTA, Alfredo Bruto. Exclusões sociais. Lisboa: Gradiva, 1998.

CORSARO, William Arnold. The sociology of childhood. 2nd. London: Pine Forge Press, 2005.

DICIONÁRIO da Língua Portuguesa. Dicionário etimológico e ortográfico. 16 ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1918. Paris/Lisboa: Livraria Aillaund e Bertrand, 1920.

DICIONÁRIO da Língua Portuguesa. Dicionário etimológico, prosódico e ortográfico. 17. ed. Rio Janeiro/Lisboa: Livraria Francisco Alves, 1927.

DICIONÁRIO. Dicionário da língua portuguesa. Lisboa: Texto Editores LTDA, 2005.

DONZELOT, Jacques. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Graal, 1977.

FALCÃO, Agostinho de Mendonça. Diccionário da língua portugueza. 6. ed. Lisboa: Typographia de António José da Rocha, 1858. (v. 1).

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1998.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Régis, 2004.

FIGUEIREDO, Cândido de. Novo dicionário da língua portuguesa. 4. ed. A. Brandão, 1926. (11ª ed. Lisboa: Bertrand & W.M. Jackson, 1945).

FONSECA, José da. Diccionário da língua portugueza. Paris: José Marques Nogueira, 1874.

HENDRICK, Harry. Constructions and reconstructions of British Childhood: an interpretative survey, 1800 to the present. In: JAMES, Allison & PROUT, Alan (orgs.), Constructing and reconstructing childhood: contemporary issues in the study of childhood. London: The Falmer Press, 1990.

HEYWOOD, Colin. Uma história da infância: da idade Média à época contemporânea no Ocidente. Tradução Roberto Costa. Porto Alegre: Artmed, 2004.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores, 2002-2003. (6 vols.).

LOPES, Maria Antónia. Proteção social em Portugal na Idade Moderna: guia de estudo e investigação. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010.

MARTINS, Ernesto Candeias. Proteção social e (R)educação de menores – O Padre António d’Oliveira (1867-1923). Lisboa: Editora Cáritas Portuguesa, 2012.

MARTINS, Ernesto Candeias. Infância marginalizada e delinquente na 1ª República (1910-1926). De Perdidos a Protegidos... e educados. Lisboa: Palimage/Terra Ocre, 2015.

MICHAELIS. Dicionário da língua portuguesa. S. Paulo: Melhoramentos, 2002.

OLIVEIRA, Padre António d’. Deixemos os pais e cuidemos dos filhos. Lisboa: Edição do Autor, 1923.

OLIVEIRA, Augusto de. Proteção moral e jurídica à infância. Lisboa: Typ. do Reformatório Central de Lisboa Padre António d’Oliveira, 1929.

PEREIRA, António Maria. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa – feito pelo plano Francisco Júlio de Caldas Aulete. 2. ed. Lisboa: Parceria António Maria Pereira e Caldas Aulete, 1925.

PORTUGAL. Portaria Legal. Diário da República, Lisboa, 9 out. 1839.

PORTUGAL. Lei de Proteção à Infância. Diário da República, nº 137, Lisboa, n. 137, 14 jun. 1911.

PORTUGAL. Decreto Lei nº 10767, de 15 de maio de1925. Diário da República, Lisboa, 15 maio 1925.

PROUT, Alan. The future of childhood. Nova York: Routledge Falmer, 2005.

SHARPE, Jim. Historia desde abajo en formas de hacer historia. 2. ed. Madrid: Alianza Editorial, 1993.

STEARNS, Peter. Nathaniel. A infância. São Paulo: Contexto, 2006.

TORRINHA, Francisco. Moderno dicionário da língua portuguesa para os estudantes e para o povo: ortográfico, prosódico e morfológico. Porto: Livraria Simões Lopes de Domingos Barreira (Editor), 1931.

Publicado

18-08-2021

Como Citar

Candeias Martins, E. (2021). Criança ? Infância portuguesa nos dicionários e discursos socioeducativos e jurídicos (Séc. XIX-XX). Revista Educação Em Questão, 59(60). https://doi.org/10.21680/1981-1802.2021v59n60ID25075

Edição

Seção

Artigos