O filósofo analfabeto contra a “alma vestida” da alienação acadêmica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2021v59n60ID25121

Palavras-chave:

Curso de filosofia, Alienação, Universidade, Crítica, Trabalho pedagógico

Resumo

Na articulação alegórica entre o “filósofo analfabeto” de Álvaro Vieira Pinto e a “alma vestida” de Fernando Pessoa, como expressão da alienação, sistematiza-se o estudo sobre a matriz curricular de 8 cursos de Filosofia das Universidades Federais da Região Sul do Brasil. O estudo orientou-se pela análise dialética materialista, implicando na aproximação com o fenômeno, produção da análise dos dados e síntese. Os documentos representam o condicionante que expressa a Filosofia como produto hegemônico do continente europeu, sendo uma espécie de demonstração da “alma vestida” que forma os estudantes brasileiros avessos a conhecer sua realidade. Ao longo do texto é apresentada argumentação em favor da crítica, tendo por base a totalidade em que o país está inserido. Neste sentido se potencializa a Filosofia contra a alienação acadêmica, fundamentada, portanto, na intenção de conhecer e produzir a resolução de problemas concretos do povo do qual o estudante de Filosofia é parte.

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Biografia do Autor

Marcos Britto Corrêa, Universidade Federal de Santa Maria

Professor Substituto no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Osório/RS). Doutorando no Programa de Pós-graduação em Educação (UFSM). É integrante do Kairós – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Educação e Políticas Públicas.

Liliana Soares Ferreira, Universidade Federal de Santa Maria

Professora do Programa de Pós-graduação em Educação (UFSM). É líder do Kairós – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Educação e Políticas Públicas.

 

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Publicado

18-08-2021

Como Citar

Britto Corrêa, M. ., & Soares Ferreira, L. . (2021). O filósofo analfabeto contra a “alma vestida” da alienação acadêmica. Revista Educação Em Questão, 59(60). https://doi.org/10.21680/1981-1802.2021v59n60ID25121

Edição

Seção

Artigos