Partilhas do sensível em "Catedral", de Raymond Carver
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2017v19n1ID10537Palavras-chave:
metaficção, metáfora, Catedral, Raymond Carver.Resumo
O presente trabalho tem como propósito discutir a utilização da metáfora como elemento que propulsiona todo o arco dramático presente no conto “Catedral”, de Raymond Carver. O foco proposto tem como intuito desconstruir estereótipos quanto à caracterização de personagens com deficiência visual, através da transformação sofrida pelo protagonista do conto, que traz consigo uma visão altamente preconceituosa sobre pessoas cegas. A metodologia adotada procurou valorizar, em um primeiro momento, as categorias gerais do conto – narrador, personagens e conflitos –, para, em um segundo momento, focalizar a relevância da metáfora. Para tanto, refletimos sobre o desenvolvimento do potencial sensível e afetivo entre os personagens; os diferentes meios discursivos utilizados para a materialização de uma experiência afetiva partilhada; e as diversas maneiras como a ficção pode alterar ou complementar a compreensão da realidade e da experiência humana. Para a elaboração desta pesquisa, foi realizado um estudo que compreende as funções metafóricas em diversas esferas da sociedade, bem como seu uso e suas qualidades exploradas em textos literários, através de livros e ensaios de teóricos da literatura e do cinema como Viktor Chklovski, Patricia Waugh, Jorge Luis Borges, Raymond W. Gibbs, Jr. e Jean-Claude Carrière. As reflexões aqui elaboradas apontam para um poder importante da metáfora como meio indispensável para a compreensão da subjetividade, sobretudo por desconstruir formas convencionais de comportamento, rompendo com perspectivas pré-concebidas e apresentando novas possibilidades de engajamento afetivo.
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Referências
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