Um estudo sociolinguístico da concordância nominal de número em uma comunidade de Caxias - Ma
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2017v19n2ID11335Palavras-chave:
Variação linguística, Concordância nominal de número, CaxiasResumo
Nesta pesquisa, cujo corpus é constituído por entrevistas com 20 informantes, agrupados de acordo com variáveis sociais como Escolaridade, Faixa etária e Sexo, são descritos os registros de concordância nominal de número na fala de moradores de um bairro periférico de Caxias - MA. Com base na Sociolinguística variacionista (WEINREICH et al., 2006; LABOV, 2008) e trabalhos sobre a concordância nominal de número no Português Brasileiro (SCHERRE, 1988; NARO e SCHERRE, 2007; LUCCHESI, 2009) foram analisadas as ocorrências de variação nos sintagmas nominais das falas dos informantes, distribuídos conforme o sexo (masculino e feminino), dois níveis de escolarização – ensino médio e superior – e duas faixas etárias – dos 18 aos 34 e dos 35 aos 50 anos. Cabe destacar ainda que neste bairro houve, em décadas recentes, intensos fluxos migratórios do campo para a cidade, o que, segundo Bortoni-Ricardo (2011), influencia a incorporação ou não dos usos mais prestigiados do português, reflexão esta que também se fez presente neste trabalho. Em relação às variáveis linguísticas, com auxílio do programa Goldvarb X, os dados foram analisados segundo o princípio da Saliência Fônica (Tonicidade do núcleo), Classe morfológica do item pré-nuclear, Posição Linear e Posição Relativa dos constituintes. Os resultados desse levantamento quantitativo indicaram que os fatores mais atuantes para a realização da variante não prestigiada da concordância nominal de número são o nível médio de escolarização, a 1ª posição do item constituinte e a posição pré-nuclear do termo. As informações obtidas através das entrevistas também revelaram que a maioria dos sujeitos da pesquisa são naturais ou possuem vínculos familiares com a zona rural de Caxias, têm contato regular com os meios de comunicação de massa (televisão e Internet) e são, predominantemente, católicos, constituindo aqui a religiosidade um elemento de associação e densidade das relações sociais.
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