Fronteamento de constituintes e padrões de ordenação do sujeito em carts particulares brasileiras dos séculos XIX e XX

Autores

  • Rafael Aguiar Moura UFRN
  • Marco Antonio Martins UFRN

Palavras-chave:

Fronteamento de constituintes e ordenac?a?o do sujeito, Portugue?s Brasileiro, Sintaxe diacro?nica.

Resumo

Considerando o modelo de competic?a?o de grama?ticas (KROCH, 1989; 2001), segundo o qual a variac?a?o e a mudanc?a nos domi?nios sinta?ticos constituem um processo gradual que se desenvolve via competic?a?o entre diferentes grama?ticas, descrevemos e analisamos, em consona?ncia com pressupostos da teoria gerativa, as construc?o?es com fronteamento de constituintes e com diferentes padro?es de ordenac?a?o do sujeito em orac?o?es principais finitas na?o dependentes na diacronia do portugue?s brasileiro. O co?rpus se constitui de cartas pessoais brasileiras dos se?culos 19 e 20 de diferentes regio?es e se dividem em tre?s peri?odos de tempo, correspondentes a? segunda metade do se?culo 19 (com cartas, exclusivamente, do Rio de Janeiro), a? primeira metade (com cartas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte) e a? segunda metade (apenas com cartas do Rio Grande do Norte) do se?culo 20. As cartas cariocas sa?o oriundas do Laborato?rio de Histo?ria do Portugue?s Brasileiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As potiguares, por sua vez, integram o co?rpus mi?nimo comum manuscrito do Projeto da Histo?ria do Portugue?s Brasileiro no Rio Grande do Norte (PHPB-RN). Observamos a natureza dos constituintes pre?-verbais e o posicionamento do sujeito (anteposto ou posposto ao verbo). Os resultados mostraram que o se?culo 19, em 49% dos dados, apresenta um constituinte pre?-verbal (conti?guo ou na?o ao verbo) que na?o e? representado por um sujeito. Esse constituinte pre?-verbal pode ser representado por um termo circunstancial locativo ou temporal que e? condicionado por orac?o?es sem sujeito e orac?o?es com sujeito posposto ao verbo. Sendo assim, acreditamos que esse se?culo mostra um indi?cio da existe?ncia de diferentes padro?es de ordenac?a?o, isto e?, um padra?o XV (constituinte pre?-verbal na?o realizado por um sujeito) e um padra?o SV (constituinte pre?-verbal realizado por um sujeito), que comec?a a aumentar a partir do se?culo 18, conforme mostraram os estudos de Coelho e Martins (2012). Seguindo a proposta de Paixa?o de Sousa (2004), interpretamos que tais padro?es encontrados em cartas brasileiras dos se?culos 19 constituem, respectivamente, um sistema V2 (instanciado pela grama?tica do Portugue?s Cla?ssico) e um sistema SV (instanciado pela grama?tica do Portugue?s Brasileiro e do Portugue?s Europeu). No se?culo 20, diferentemente, ha? um aumento dos padro?es associados ao sistema SV. Portanto, defendemos que os textos do se?culo 19 refletem um processo de competic?a?o entre diferentes gramaticais – PC, PB e PE – e os textos do se?culo 20 refletem um quadro mais estabilizado com um padra?o do sistema SV.

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Publicado

16-03-2017

Como Citar

MOURA, R. A.; MARTINS, M. A. Fronteamento de constituintes e padrões de ordenação do sujeito em carts particulares brasileiras dos séculos XIX e XX. Revista do GELNE, [S. l.], v. 16, n. 1/2, p. 47–62, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/11627. Acesso em: 9 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos