O interrogatório policial à luz de fenômenos discursivos intrínsecos à argumentação
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2019v21n1ID15932Resumo
Este estudo, amparado pela concepção de ethos proposta por Amossy (2005) e pelos clássicos tipos de argumentos apresentados por Fiorin (2015), propõe-se a analisar fragmentos de fala pertencentes ao gênero discursivo interrogatório policial de modo a investigar (1) se o ethos prévio (AMOSSY, 2005) ou pré-discursivo (MAINGUENEAU, 2008) dos participantes do interrogatório policial se confirma no ethos discursivo dos enunciadores; e (2) os tipos de argumentos (FIORIN, 2015) utilizados pelos enunciadores do interrogatório policial. O corpus deste estudo advém de gravações em áudio e vídeo de três interrogatórios policiais de uma Delegacia de Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Quanto ao primeiro propósito deste estudo, no que tange aos policiais, seu ethos prévio se confirma discursivamente em todos os fragmentos de fala analisados. Em relação aos interrogados, a sua imagem prévia é reelaborada ao longo do discurso. Concernente ao segundo propósito deste estudo, uma série de tipo de argumentos são utilizados pelos enunciadores nos interrogatórios policiais, a saber: argumento de comparação, argumentum ad hominem, argumentum ad verecundiam, argumentum ad misericordiam e argumentum ad baculum. Por fim, a análise revela que os tipos de argumentos utilizados pelos policiais e pelos interrogados nas interações operam como recurso para a construção do ethos dos enunciadores.
PALAVRAS-CHAVE: Argumentação; Ethos; Tipos de Argumentos; Interrogatório Policial.
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