O lugar de J. Grimm no CLG
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2019v21n1ID16124Resumo
No Curso de Linguística Geral (1916), F. de Saussure faz, ocasionalmente, referências explícitas aos primeiros linguistas alemães, em especial a Franz Bopp, responsável pela publicação, em 1816, da obra considerada o marco fundador dos estudos linguísticos propriamente ditos, na qual foram demonstradas as relações de parentesco entre línguas europeias e asiáticas. Jacob Grimm, a quem é atribuída a descoberta da primeira “lei fonética”, entretanto, é mencionado apenas em dois momentos, em um dos quais de forma crítica pela confusão entre letra e som presente em seu trabalho. Todavia, a importante descoberta de Grimm a respeito da mutação consonantal observada no gótico em relação ao grego, ao sânscrito e ao latim constituiu a base sobre a qual se fundamentaram os linguistas do último quartel do século XIX em seu redirecionamento dos estudos linguísticos para a fonética e para as “línguas vivas”. Pretende-se com esse trabalho discutir a importância de Grimm para o advento da Linguística Indo-Europeia e demonstrar a repercussão da descoberta do autor alemão sobre o estabelecimento da disciplina em sua época e sobre os autores posteriores, incluindo o próprio Saussure, com destaque para a separação entre os estudos sincrônicos e diacrônicos, apesar das parcas menções ao autor alemão no CLG, que sugeririam uma contribuição pífia de sua parte para o estudo científico da língua. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica, fundamentada sobretudo em Auroux et al. (2000), Campbell (1999), Morpurgo Davies (1998; 2004) e Saussure (2012 [1916]).
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