Concordância verbal com coletivos: restrições morfossintáticas e semântico-discursivas

Autores

  • João Paulo Ferreira Maia Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza e Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará
  • Márluce Coan Universidade Federal do Ceará https://orcid.org/0000-0001-7809-8624

DOI:

https://doi.org/10.21680/1517-7874.2020v22n2ID21286

Resumo

Tratamos, neste artigo, da concordância verbal com nomes coletivos no português falado em Fortaleza-Ceará, à luz de pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística. Nossos dados provêm de dois corpora: Português Oral Culto de Fortaleza (Porcufort) e Norma Popular de Fortaleza (Norpofor), os quais são analisados separadamente e, depois, triangulados, com o propósito de verificar tendências de uso na comunidade de fala. Embora tenhamos controlado fatores linguísticos e extralinguísticos, foram os linguísticos que mostraram relevância estatística: número do sintagma nominal encaixado no sujeito e tipo de verbo para o Porcufort e tipo de verbo para o Norpofor. Do Porcufort foram analisados 234 dados nos quais a concordância com verbo no singular é motivada por ausência de sintagma nominal encaixado no sujeito e por verbo de ação-processo. Igualmente é o verbo de ação-processo que condiciona concordância singular com sujeito coletivo no Norpofor, corpus no qual foram localizadas 120 ocorrências. Em análise triangulada, os grupos saliência fônica do verbo, número do sintagma nominal encaixado no sujeito e material interveniente entre sujeito e verbo mostraram significância, sendo o uso de verbo no singular decorrente, em geral, de forma verbal menos saliente, ausência de sintagma encaixado e ausência de material interveniente (ou, em alguns casos, presença de dois sintagmas intervenientes). Dos resultados, depreende-se que, na fala fortalezense, é a forma singular a preferida, decorrente de restrições morfossintáticas e semântico-discursivas.

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Biografia do Autor

João Paulo Ferreira Maia, Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza e Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará

João Paulo Ferreira Maia é Mestre em Linguística e Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Ceará – UFC e Professor da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME – Fortaleza) (40 horas/semanais) e da Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará (Seduc – CE) (20 horas/semanais), onde leciona Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa. É também pesquisador do Grupo de Pesquisas Sociolinguísticas do Ceará (SOCIOLIN-CE). Área de atuação: Sociolinguística. E-mail: ferreiramaiajoaopaulo@gmail.com

Márluce Coan, Universidade Federal do Ceará

Márluce Coan é Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e Professora do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará – UFC. É também bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 2. Coordena os grupos de pesquisa SOCIOLIN-CE (Grupo de Pesquisas Sociolinguísticas do Ceará) e SOCIOLIN-LE (Grupo de Pesquisas Sociolinguísticas em Língua Estrangeira). Atualmente, desenvolve pesquisa de Pós-doutorado na Universidade de Santiago de Compostela/USC. Áreas de atuação: Sociolinguística, Sociofuncionalismo e Linguística Histórica. E-mail: coanmalu@ufc.br

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Publicado

25-09-2020

Como Citar

FERREIRA MAIA, J. P.; COAN, M. Concordância verbal com coletivos: restrições morfossintáticas e semântico-discursivas. Revista do GELNE, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 174–188, 2020. DOI: 10.21680/1517-7874.2020v22n2ID21286. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/21286. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos