A voz média como estratégia de isenção de responsabilidade

Autores

  • Maria Claudete Lima Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n2ID24019

Resumo

Numa perspectiva funcional, a gramática é considerada a codificação de valores semânticos e pragmáticos  em  que entram  em  jogo,  entre  outros  fatores,  a  intenção  comunicativa  do  falante (GIVÓN,  1993). A categoria  de  voz,  relacionada  à  escolha  do  sujeito,  configura-se  como  uma estratégia  discursiva  para  focalizar  ou  desfocalizar  determinado  participante. Na voz média, em especial, o sujeito é o paciente do processo e o agente é totalmente desfocalizado. O objetivo deste artigo é analisar, em dados do português oral espontâneo a voz média como estratégia de isenção de responsabilidade. Para tanto, examina, quali-quantitativamente, 355 ocorrências de voz média, retiradas do  corpus C-Oral  Brasil,  investigando  entre  outros  fatores,  se  o  desencadeador  do processo, embora não presente na oração medial, se encontra no contexto ou pode ser identificado. Os resultados apontam que, na voz média, o desencadeador do processo raramente é codificado e, quando presente no contexto, é predominantemente abstrato ou interno. Tais dados, associados à tendência de afetação negativa com verbos de eventos espontâneos (ou tidos como tais) e verbos de emoção, favorecem seu emprego como estratégia de isenção de responsabilidade.

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Publicado

13-07-2021

Como Citar

LIMA, M. C. A voz média como estratégia de isenção de responsabilidade. Revista do GELNE, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 146–159, 2021. DOI: 10.21680/1517-7874.2021v23n2ID24019. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/24019. Acesso em: 2 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos