“É como perder uma biblioteca que ensinava a todos”: biopoder, bio(necro)política e população indígena na Amazônia brasileira em discursos sobre a pandemia da covid-19
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n2ID24655Resumo
Este trabalho focaliza a pandemia de Covid-19, quando discursivizada pela mídia virtual, no que concerne às estratégias (bio)políticas e/ou necropolíticas emanadas da governança nacional em relação aos povos originários (indígenas) amazônicos, assim como a ribeirinhos e demais populações inseridas nesses territórios. A partir do esforço em articular as perspectivas teóricas de Michel Foucault (2005; 2009; 2012) acerca do biopoder, da biopolítica e da governamentalidade, e a necropolítica com as teorizações de Achille Mbembe (2016), analisamos um conjunto de seis publicações da mídia virtual, com vistas a perscrutar o modo de funcionamento de estratégias políticas de governamento da população que dão a conhecer as relações de poder-saber direcionadas a esses sujeitos da Amazônia brasileira. Sobre a metodologia, convém frisar que se trata de um estudo descritivo-interpretativo, de abordagem qualitativa. Pontuam-se que as táticas biopolíticas empreendidas em mira dos povos indígenas se efetivam enquanto uma questão de “racismo de Estado”, de assunção da vida pelo poder estatal, dispositivo que se assemelha a uma tática de guerra.
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