Construções metadiscursivas constituintes do processo de referenciação em narrativas afiliadas ao lendário amazônico
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2022v24n1ID28064Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar o uso de construções metadiscursivas no processo de elaboração de narrativas afiliadas ao lendário amazônico. Tais construções residem em operações por meio das quais o narrador/produtor textual insere frequentemente, no seu discurso, formas verbais e sequências oracionais que remetem a outro narrador/locutor, a partir do que também implementa a atividade narrativa. Logo, enquanto recurso de textualização das mencionadas narrativas, esse tipo de construção se apresenta como uma estratégia de “reafirmação” do que já é dito, num determinado contexto sociodiscursivo, em relação a histórias de Boto, Cobra, Matinta Perera e Curupira. As citadas construções constituem também formas usadas pelo escritor (produtor) para implementar a progressão temática do texto. Na perspectiva textual-narrativa propriamente dita, configura-se como um artifício utilizado pelo narrador para dinamizar e dar mais consistência ao tópico em elaboração. Assim, no intercurso da atividade de narrar há uma interpelação a falas ou dizeres que passam a constituir o próprio processo narrativo, com um deslocamento recorrente para fatos, situações e eventos que se colocam como novos na estrutura referencial. O Corpus em análise constitui-se de dezessete narrativas referentes às entidades Boto, Cobra, Matinta Perera e Curupira. Tomo como referencial teórico as postulações de Jacqueline Authier (1981), Ingedore Grunfeld Villaça Koch (2004), Edviges Maria Morato (2005), Ingedore Grunfeld Villaça Koch e Vanda Maria Elias (2010), Clélia Spinardi Jubran (2005) e Heliud Luis Maia Moura (2013), para os quais a metadiscursividade reside na capacidade do produtor do texto de ter mais “acesso” ao que diz, podendo manipulá-lo de forma mais efetiva e consciente. No que trata dos processos referenciais, os procedimentos metadiscursivos servem para indicar o modo como o locutor textual “visualiza” os referentes gerados no interior do discurso, tomando posição acerca da forma como ele mesmo participa da atividade interacional.
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